Do blogue da Santa fui "transferido" para um outro com uma entrevista do ex-Presidente da República Brasileira Fernando Henrique Cardoso.
, entre várias perguntas e respostas a propósito de se a roubalheira brasileira actual era da responsabilidade deste governo ou do anterior (ou anteriores) está esta:
Mas quando você organiza um sistema com a implicação direta de pessoas do governo ou de líderes políticos ligados ao governo, isso é novo. É institucional. Tira o dinheiro do Banco do Brasil, passa para o Banco Rural, daí passa ao partido para apoiar o governo. É diferente da patifaria tradicional. É diferente do caixa dois, que é uma fonte privada.
Páginas portuguesas dizem que a sua nobreza remontaria a um terceiro avô, Álvaro Gil Cabral, alcaide-mor do Castelo da Guarda sob os reis D. Fernando (1367-1383) e D. João I (1385-1433), da dinastia de Avis.
Teria recebido por mercê as alcaidarias dos castelos da Guarda e Belmonte, com transmissão à descendência. Eram terras fronteiras da Espanha, de pastorícia, origem dos símbolos das cabras passantes do escudo de armas da família Cabral.
Aos 11 anos de idade mudou-se para o Seixal (onde ainda hoje existe a Quinta do Cabral), estudando em Lisboa: literatura, história, ciência como, por exemplo, cosmografia, aptidões marinheiras, além de artes militares.
Na corte de D. João II (1481-1495), onde entrou como moço fidalgo, aperfeiçoou-se em cosmografia e marinharia.
Com a subida ao trono de D. Manuel I (1495-1521) foi agraciado com o foro de fidalgo do Conselho do Rei, o hábito de cavaleiro da Ordem de Cristo e uma tença, pensão em dinheiro anual.
Casou-se com D. Isabel de Castro, sobrinha de Afonso de Albuquerque, aumentando sua fortuna - pois a de seu pai devia dividir com os dez irmãos.
A viagem de 1500
Em 1499, D. Manuel o nomeou capitão-mor da primeira armada que se dirigiria à Índia após o retorno de Vasco da Gama.
Teria então cerca de 33 anos.Foi a mais bem equipada do século XV,
integrada por dez naus e três caravelas, transportando de 1.200 a 1.500 homens, entre funcionários, soldados e religiosos. Deveria desempenhar funções diplomáticas e comerciais junto ao Samorim, reerguendo a imagem de Portugal, instalando um entreposto comercial ou feitoria e retornar com grande quantidade de mercadorias.
Integrada por navegadores experientes, como Bartolomeu Dias e Nicolau Coelho, a armada partiu de Lisboa a 9 de março de 1500.
A 22 de abril, após 43 dias de viagem e tendo-se afastado da costa africana, avistou o Monte Pascoal no litoral sul da Bahia. No dia seguinte, houve o contato inicial com os nativos.
A 24 de abril, seguiu ao longo do litoral para o norte em busca de abrigo, fundeando na atual baía de Santa Cruz Cabrália, nos arredores de Porto Seguro, onde permaneceu até 2 de maio, a chamada "Semana de Cabrália".
Cabral tomou posse, em nome da Coroa portuguesa, da nova terra, a qual denominou de Terra de Vera Cruz, e enviou uma das embarcações menores com as notícias, inclusive a famosa carta de Caminha, de volta ao reino. Retomou então a rota de Vasco da Gama rumo às Índias.
Ao cruzar o cabo da Boa Esperança, quatro de seus navios se perderam, entre os quais, ironicamente, o de Bartolomeu Dias, navegador que o descobrira em 1488.
Chegaram a Calicute a 13 de setembro, depois de escalas no litoral africano.
Cabral assinou o primeiro acordo comercial entre Portugal e um potentado na Índia.
A feitoria foi instalada mas durou pouco: atacada pelos muçulmanos em 16 de dezembro, nela pereceram cerca de 30 portugueses, entre os quais o escrivão Pero Vaz de Caminha.
Depois de bombardear Calicute e apresar barcos árabes, Cabral seguiu para Cochim e Cananor, onde carregou as naus com especiarias e produtos locais e retornou à Europa.
Chegou em Lisboa a 23 de junho de 1501.