
É um pouco longa mas leiam, leiam que destas não é fácil encontrar.
Vão ver que merece o esforço.
Quando chegarem ao fim seguramente estarão todos muito mais informados e... formados.
Tenho para mim que esta reunião terá sido mais "um tiro no pé", o futuro o dirá.
Então cá vai:
No final de uma Assembleia Plenária Extraordinária da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), que decorreu hoje em Fátima, foi distribuída uma nota pastoral em que os bispos comentam a derrota do «não» no referendo ao aborto e defendem um maior envolvimento do Estado e da sociedade civil no apoio à família e às mães em dificuldades.
«Demos as mãos para acabar com o aborto e tornar a lei que agora se vai fazer numa lei inútil», defendem os bispos portugueses.
Após a derrota do «não», a prioridade da Igreja é «ajudar as pessoas, esclarecer as consciências e criar condições para evitar o recurso ao aborto, legal ou clandestino», em parceria com outros sectores da sociedade e o próprio Estado.
Aos católicos, a Igreja recorda que o «facto de o aborto passar a ser legal, não o torna moralmente legítimo» e continua a «ser um pecado grave».
Por isso, os médicos e profissionais de saúde católicos não devem hesitar em «recorrer ao estatuto de “objectores de consciência” que a lei lhes garante», (pois, pois as clínicas, que vão abrir, e os médicos espanhóis agradecem... digo eu), defendem os bispos, que pedem também ponderação às «mulheres grávidas que se sintam tentadas a recorrer ao aborto».
Por isso, a Igreja irá apostar mais em «estruturas de apoio eficaz» às mães, reclamando também uma «correcta educação da sexualidade» dos jovens, já que uma «vivência desregrada» constitui uma das «principais causas das disfunções sociais e da infelicidade das pessoas».
«Quando a geração de um filho não for fruto de irreflexão, mas de um acto responsável, estará resolvido, em grande parte o problema do aborto», destaca a nota pastoral.
Para os bispos portugueses, o resultado do referendo demonstra uma «cultura que não está impregnada de valores éticos fundamentais», como é «o carácter inviolável da vida humana, aliás consagrado na nossa Constituição».
Uma das justificações que a Igreja encontra para a derrota é a «mediatização globalizada das maneiras de pensar» a que se somam «lacunas» do «sistema educativo» que não aborda as «questões primordiais do ser humano».
A «relativização dos valores» e o «individualismo» excessivo foram outros factores encontrados pela hierarquia católica para a derrota do «não».
Por outro lado, a Igreja admite também «alguma fragilidade do processo evangelizador, mormente em relação aos jovens», pelo que o trabalho pastoral terá de ser alargado no futuro.
«Toda a missão da Igreja tem de ser, cada vez mais, pensada para um novo contexto da sociedade» e é necessário «criatividade e ousadia» para o «esclarecimento das consciências», refere a nota pastoral.
«O debate do referendo esteve centrado na justeza de um projecto de lei que, ao procurar despenalizar, acaba por legalizar o aborto», recordam os bispos.
No texto, os prelados criticam também o Governo, que «se quis comprometer numa questão que não é de natureza estritamente política», mas esperam que a prioridade seja a redução do número de abortos clandestinos.
Para isso, «o único caminho eficaz e verdadeiramente humano é avançarmos significativamente na formação da juventude e no apoio à maternidade e à família».
Em declarações aos jornalistas, D.Carlos Azevedo, porta-voz da CEP, considerou que se confundiu «uma questão partidária e ideológica com uma questão civilizacional e de consciência», permitindo aproveitamentos políticos em torno do debate no referendo.
Sobre as críticas feitas por Francisco Louçã (BE) à Igreja, considerando que muitos católicos não acataram as recomendações, D.Carlos Azevedo limitou-se a dizer que os bispos acharam «graça» a essas declarações.
«Muitas vezes quem se diz religioso e católico não assume os valores do Evangelho», notou o bispo, rejeitando que a Igreja seja a grande derrotada do referendo.
«Os valores defendidos pela Igreja neste momento é que não estão em cotação alta na sociedade portuguesa e nós lamentamos isso», concluiu o bispo.
(Diário Digital / Lusa)
Se alguém tinha dúvidas de que a 11 de Fevereiro de 2007 houve outro 25 de Abril (agora nas consciências), com esta reunião da conferência episcopal perdeu as dúvidas.
Este D. Carlos Azevedo, porta-voz da CEP, já nos habituou a autênticas calinadas verbais.
Uma das últimas foi a seguinte declaração, em entrevista no Telejornal da RTP, que fica á consideração:
- A educação sexual deve ser uma responsabilidade exclusiva dos pais e não deve ser ensinada nas escolas porque esta não tem valores. (sic)
Ora vejam também esta aqui.
Vamos meus amigos... ajudem a empurrar a "burra", então?
Nota da redacção:
Estou certo de que quando se referia aos pais estaria a pensar nos mais desfavorecidos pois que esses têm todas as condições para dar essa educação aos seus filhos... até pelo seu nível cultural claro está.