
A dor não tem tamanho, apenas diferentes caprichos.
Nós, humanos, somos tão fracos que até pouca coisa nos derruba.
Sofrer de fome ou sofrer de si, porque não se suporta o que se é, porque não se encontra um caminho que faça sentido, não é a mesma coisa, mas infecta igualmente a existência.
Demora muito a aprender a morrer.
Demora mais do que aprender a andar, aprender a falar, aprender a mantermo-nos direitos durante os dias.
Não sei sofrer de fome, não aprendi, mas sei sofrer de mim, sei sofrer de perguntas sem resposta, sei sofrer de traição e caminhar com o afecto moribundo pelas ruas de uma cidade ou pelos campos verdes cheios de cabras com o som dos chocalhos.
Sei sofrer de preocupação pela preocupação dos outros comigo.
Sei sofrer de preocupação pelos outros.
Sei sofrer algumas dores, não todas.
Mas é a consciência de tudo isto que nos mantém o espírito alerta para dar valor ás coisas mais singelas da vida.
É por isso que, volta e meia, junto alguma irreverência e, porque não dizer, alguma provocação em algumas matérias aqui tratadas.
A busca incessante não do conflito mas antes do debate das consciências a isso obriga.
Um ser em quem o espírito crítico esteja ausente está, literalmente, acabado.
Ao reparar nestas pequeninas coisas dei comigo a apreciar os comentários ao último artigo aqui colocado.
Claro que os amigos do Brasil pouco ou nada conseguiram decifrar mas, também aí, estão na exacta posição em que já me encontrei algumas vezes quando os visito.
De facto cada um sabe da sua "casa" e, ás vezes, nem isso. É natural.
Mas não foi isso que os impediu de dizerem... presente. Isso é consideração.
Constatei, nesses comentários, a vinda de novos amigos que, pela primeira vez, aqui comentaram. Gostei e agradeço a simpatia neles colocada.
Por falar em simpatia, tinha o Estados Gerais uma semana de vida, e alguém, anónimo, deixou um comentário em que se insurgia contra a simpatia das pessoas.
Algo do género de que as pessoas comentavam para dar "graxa", "papo furado", enfim... de que os blogs não passavam de uma mera "peneira" para descarregar frustrações e similares e/ou para alimentar um ego doentio.
Pessoalmente considero isso um insulto.
De facto porque haveriam as pessoas de ser antipáticas?
Ainda que não concordando, e isso já aconteceu comigo várias vezes, não é necessário "quebrar o verniz" e usar de argumentação baixa e despropositada.
Uma crítica feita nestes moldes deixa de fazer sentido e o autor perde de imediato a razão..
A boa educação cabe em todo o lado.
É por isso que aqui fica uma referência a essas novas visitas: