A minha querida amiga Veritas lançou-me o desafio de referir um "meme" que me diga qualquer coisa de especial.Sim, que me diga algo de especial porque, se for esse o caso, é bem provável que tenha as condições necessárias e, talvez, suficientes para cumprir a sua missão.
Era para falar de algo como:
-"
O incompetente é exímio a colocar nos outros a culpa das suas próprias insuficiências" - volta e meia lá "tropeço" num destes - ou, como diz Mark Twain "
Mantem-te longe de pessoas que tentam depreciar as tuas ambições. Pessoas de mente pequena sempre fazem isso, mas as que são verdadeiramente grandes fazem-te sentir que também tu podes ser grande."
Mas resolvi não ir por aí e deixar mais uma achega numa chaga da humanidade.Digamos que... Um "meme"... á medida.
Ora vamos lá então.
O "meme" foi um termo criado em 1976 por Richard Dawkins no seu controverso bestseller "O Gene Egoísta".
'Dawkins discute especificamente a
religião vista como um vírus no sentido de um "meme".
Ele explica como a mente duma criança é geneticamente pré-programada para acreditar em tudo que lhes é ensinado sem questionar.
É esta condicionante que as tornam vulneráveis à "infecção" pela religião.Também a psicóloga Jill Mytton, que sofreu uma rigorosa educação religiosa quando criança, hoje ajuda a reabilitar crianças igualmente afetadas pela fervorosa catequização.
Em entrevista com Dawkins, Mytton explica que, para uma criança, imagens como o fogo do inferno não fica restrito ao sentido metafórico, mas assumem uma significação real, inspirando terror. Ela retrata sua infância como dominada pelo medo.Quando pressionada por Dawkins para descrever as realidades do Inferno, Mytton hesita, explicando que as imagens de eterno sofrimento que ela absorveu quando criança ainda tinham poderoso efeito sobre ela.
Dawkins questiona se a Bíblia realmente fornece uma base moral adequada, e desafia que os textos são de origem e veracidade dúbias, são internamente contraditórias e, examinadas de perto, descrevem um sistema de morais que qualquer pessoa civilizada deve achar venenosa.
Ele descreve o Velho Testamento como a raíz do Judaismo, Cristianismo e Islamismo, e como exemplo das leituras ele dá
Deuteronômio, 13, que instrui crentes a matar qualquer amigo ou membro da família que seguem outros deuses, e
Números 31, onde Moisés, nervoso com a piedade que as suas forças vitoriosas mostram em levar as mulheres e crianças como cativas, as amaldiçoa.
Dawkins também questiona uma passagem do
Livro dos juízes, 19, em que um velho homem atira sua filha à uma multidão nervosa de "homens loucos" para ser estuprada e humilhada, numa tentativa de salvar o seu hóspede (um homem) de ser estuprado pelos "homens loucos".
Volta-se então para o Novo Testamento, o qual, à primeira vista, descreve ele, apresenta um progresso moral indubitável em relação ao antigo livro.
Mas é repelido pelo que ele chama de doutrina sadomasoquista de São Paulo, onde Jesus teve que ser torturado e morto para que pudéssemos nos redimir e pergunta "
se Deus queria perdoar nossos pecados, porque não apenas perdoá-los? A quem Deus está a tentar impressionar?"
Ele acrescenta que a ciência moderna mostra que a alegação dos perpetradores Adão e Eva nunca existiram, acabando com a doutrina de São Paulo.'
Richard Dawkins é um eminente zoólogo, etólogo, evolucionista e popular escritor de divulgação científica britânico, natural do Quênia, além de professor da Universidade de Oxford.