Lutar contra a corrupção, uma prioridade.

Faltam 2 semanas para que ocorram as eleições no Brasil, esse país a que os portugueses estarão sempre ligados por laços de amizade fraternal.

Sendo cidadão da Europa dificilmente se tem uma percepção dos meandros políticos característicos do país, das movimentações políticas e da formação dos próprios políticos.

Este período foi muito enriquecedor em variadíssimos aspectos.
Hoje, com todas as desvantagens (e vantagens) que o distânciamento proporciona, posso dizer que existe uma, ainda que vaga, ideia da política brasileira e, sobretudo, do sentimento do seu povo.

Constata-se que ao nível da blogosfera a esmagadora maioria dos blogues é apoiante declarado de Geraldo Alckmin.
Isto também quer dizer que as pessoas mais atentas, provavelmente mais esclarecidas e lideres de opinião, estão nesse grupo.

Isto permite afirmar por outro lado que do lado de Lula estarão, naturalmente, as pessoas de mais baixo escalão cultural e sócio-económico e, como tal, mais influenciáveis a um discurso politicamente demagógico.

Por outro lado facilmente se pode verificar que sucessivos governos se não preocuparam com a justiça social nem com a alfabetização do seu povo.
O que se verifica hoje é que essa multidão de ignorantes e de esquecidos é campo fértil para a uma boa "safra" de Lula.

Entre os dois lados verifica-se uma radicalização acentuada de posições políticas que, a meu ver, não é benéfica para a democracia brasileira nem para a concertação social de que o país urgentemente necessita para que possa encarar o futuro com objectivos de progresso e paz social.

O diálogo e a crítica desapaixonada de princípios políticos diferentes encontram-se muito limitados constatando-se uma quase impossibilidade de defensores dum quadrante político dialogaram com o outro, uma característica bem diferente do que acontece em Portugal.

Politicamente constatei uma realidade que não conhecia, que é o facto dos políticos brasileiros trocarem de partido "como quem troca de camisa".
Isto é, declaradamente, uma das maiores manifestações de falta de ética que um político pode ter e demonstra o oportunismo com que se está na política.
Como é possível ser-se um político sério se se não é fiel ás próprias convicções. Aqui tudo fica imediatamente claro.

Para os portugueses que, muito bem, revoltadamente se escandalizaram e fizeram cair um ministro porque tentou arranjar lugar para a filha numa Universidade influenciando um colega de governo, a dimensão dos actos corruptivos e da falta de ética no Brasil é sufocante.

Neste período de alguma instabilidade mundial veremos o que os próximos dias nos reservam na certeza porem de que uma eventual vitória de Lula só poderá ser pacífica se o próprio souber dialogar com a oposição no sentido de diminuir as tensões existentes.

Todos os políticos devem por o país acima dos seus próprios interesses.