Este é um dos "calcanhares de Aquiles" da actual realidade portuguesa.
O que faltará em Portugal para que se inverta esta situação?
Poder-se-á dizer que tem falhado uma política de ensino enquadrada com as necessidades actuais e futuras do mercado de trabalho.
Torna-se necessária uma política para reorganizar o ensino superior.
Assim:
a) acabar com as universidades e cursos sem qualidade;
b) adequar o número de vagas disponíveis dos diversos cursos à capacidade de absorção/necessidades do mercado de trabalho;
c) unificar cursos superiores passando a existir troncos comuns com diferentes especializações;
d) criar e revitalizar os cursos técnicos;
e) criar acções de informação junto dos jovens frequentando o ensino secundário e suas famílias de modo a que no momento de optar pelas diferentes possibilidades de formação façam uma escolha adequada às suas capacidades e talentos, vocação, sem perder de vista o objectivo último: a empregabilidade futura.
f) falha uma cultura empresarial voltada para a qualidade dos recursos humanos.
Os empresários e responsáveis de recursos humanos muitas vezes estão mais preocupados com manter o baixo custo da mão-de-obra, e descuraram a qualidade.
Muitas vezes, não tem conhecimento do contributo que os candidatos a emprego podem dar à sua empresa, e muitas vezes contratam pessoas com currículos desadequados ao posto de trabalho.
g) torna-se necessário que estabelecimentos de ensino e/ou outras entidades, promovam acções de informação com o objectivo de dar a conhecer a quem recruta os diferentes cursos e programas de formação.
Mas o grande e derradeiro desafio para arranjar trabalho é o empreendimento.
A oferta de trabalho por conta de outrem não chega para testar a procura.
Falta em Portugal empreendedores jovens, ou, os que já o são poderiam apostar numa expansão de actividade.
Mas, essa falta também pode ser uma consequência de escassas oportunidades para tal.
Contributos para uma reflexão.
O desemprego de jovens licenciados em Portugal
Written By Al Berto on terça-feira, junho 19, 2007 | terça-feira, junho 19, 2007
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22 comentários:
Ola! O ensino secundário está a sofrer alterações, a nível da oferta de cursos: estão a ser criados cada vez mais cursos tecnológicos e cursos de educação e formação, orientados para a vida activa e de acordo com as necessidades da zona onde a escola se insere.
Difícil mesmo é modificar a mentalidade dos jovens e dos pais. Apesar de as escolas proporcionarem acções de informação e sensibilização e incentivarem os jovens para a frequência deste tipo de cursos, alguns pais ficam indignados por ser sugerido que os seus filhos os frequentem, uma vez que existe o preconceito de que são dirigidos para alunos "menos dotados". Talvez o sucesso de alguns, que entram facilmente no mercado de trabalho, abra as portas e as mentes de outros...
Esse não é um problema só de Portugal, o mercado não absorve os recém formados nas universidades, mas muitas vezes carece de mão de obra técnica especializada, mas os investimentos nesses cursos são raros ou inexistentes.
Concordo com o que diz e assino em baixo.
Há muito que digo que os jovens não devem tirar cursos só para terem um canudo que não lhes serve para nada.
Sei que deve ser muito dificil não poder fazer o que se gosta. Mas os jovens devem pensar sobretudo se o trabalho que têm para tirar um curso lhes vai servir para alguma coisa.
Beijocas e bom fim de semana.
Genericamente, concordo com as tuas sugestões.
Mas será a procura que deverá condicionar a oferta...
As PME ainda não perceberam a vantagem de incluirem nos seus quadros pessoas licenciadas. Os seus empresários continuam a geri-las artesanalmente. Com outra visão, teríamos o problema do desemprego minimizado.
Bom fim-de-semana.
Abraço.
O problema da educação, aí não sei, aqui um dos fatores é a quantidade de faculdades de baixo nível, abrindo uma atrás da outra!
Boa semana
OLá meu amigo,
Há desemprego em Portugal!
Os jovens licenciados... são obrigados a continuar os estudos ( pós-graduações, Mestrados e Doutoramentos), por falta de colocação nos cursos que escolheram para sua realização profissional.
E nesta vía... estão milhares de jovens... a residerem com os pais.... até aos trintas anos e sempre a estudar!
Mas, o mais grave no meio de isto
tudo... são os os jovens que já estão a desempenhar as suas funções... e são despedidos pelos patrões... porque não cederam ´ao assédio sexual por parte deles!
Estes patrões... ( advogados de renome em Lisboa).. deveriam ser denunciados!
Se o caso acontecesse com uma das minhas filhas...podes crer.. que seria a primeira a desmascarar esses desenvergonhados!
Bem.. fico por aqui...que já me estou a exaltar...
Bom Domingo meu amigo
Abraços da
Maria
É um problema que tão cedo não terá resolução fácil.Quem sabe, daqui a uns anos.
Incentivam~se os jovens a estudar(e muito bem), mas depois...
É vê-los nas caixas dos supermercados e em longas e penosas filas de espera para mais uma entrevista marcada...
Adorei o vídeo!
Assim, o nosso belo cantinho à beira mar plantado, até parece um paraíso aos olhos de quem o vir.E lá no fundo... até o é!
Beijo num impulso meu
Mesmo com a falta de emprego e o panorama desanimador, penso que os jovens nunca devem desistir dos sonhos ( aliás, isso é para todos! ) Grande beijo
São boas reflexões... mas não há maneira de isto andar para a frente
Excelente post! Concordo plenamente! Mas caramba é dificil perceber que temos cursos que não interessam nem ao menino jesus? E que o país precisa de técnicos? E que nem toda a gente gosta de estudar mas pode dar 1 excelente profissional noutra área? É dificil encaixar na cabecinha que é preciso vocação para se ser bom profissional? E já agora... será pedir muito que os nossos cursos tenham um bocadinho mais de vertente prática para aplicar a carrada de teoria que têm?!
Eu mesmo que não falo política hoje vou pôr a boca no trombone e te dizer que não por falta de formação, é só mesmo formação inadequada. É. Simples assim, sem mais ou menos. Hoje mesmo para se ser electrecista tem de ter bacharelato em qualquer coisa. Mesmo para ser canalizador e etc nas outras tarefas. Hoje calceteiro ou é totalmente analfabeto ou então é artista de fama.
Acho mesmo eu hoje soletrei coisas a mais.
Deve ser é domingo
Abraços
Olá Mostardinha
Existem áreas que são mais promissoras que outras, como por exemplo, a da computação onde o mercado é favorável.
Meu filho já estava sendo requisitado por uma grande empresa antes mesmo de se formar. Teve menos de uma semana entre o último dia na faculdade e o início nessa empresa.
Engenharia da computação não era o sonho dourado da sua vida, mas...
Enfim, penso que todos devem tentar se realizar profissionalmente, entretanto, pode ser, que o mais importante seja encontrar uma forma de chegar lá. Pode demorar um pouco mais, mas é um caminho.
Uma linda semana.
Um beijo.
OLA
quanta mostardinha vai aqui... com um sabor e um aroma irrequietos e sinceros ...
empreendedores? para quê? eu sou responsável por uma empresa de formação e consultoria, a empresa tem 18 anos de actividade, fiz carreira em recursos humanos 22 anos até agora e quando ligo a empresas a propor reuniões de apresentação de serviços, testados e com muita qualidade segundo afirmam por escrito os meus clientes, sabes o que me dizem? quem é a senhora para achar que nós precisamos disso? ou então ... formação e consultoria?? não precisamos! fazemos internamente ...
ser empreendedor em Portugal significa lutar muito e na maioria dos casos não ter sucesso, licenciado significa literalemente "potencial para Call Center".
desculpa-me o realista comentário.
Mas tens muita razão... QUE SE ACABEM OS CURSOS SEM QUALIDADE NEM NECESSIDADE, BEM COMO AS UNI'S MAL GERIDAS E SEM QUALIDADE PEDAGÓGICA E ACADÉMICA E QUE SE INVISTA NA QUALIDADE E NO RIGOR !!
1 sorriso mto luminoso
Lana
Embora por fora, tenho acompanhado sempre o ensino universitário em Portugal, em parte por curiosidade, em parte por ter muitos amigos que voltaram à Universidade para fazer pós-graduações, mestrados, doutoramentos... e o que eu já realçava na altura em que lá andava era a completa desaquação dos cursos face às necessidades empresariais. E assim foram saindo fornadas de alunos com formações superiores mas apenas teóricas, sem qualquer contacto com o mercado de trabalho.
Só um exemplo: quando eu tirei Comunicação Social só havia dois locais onde ministravam esse curso: A Nova e o ISCSP, havendo ainda uma especialização na Católica. Há poucos anos havia 16 cursos de Comunicação Social pelas universidades em todo o país. Não televisões, nem jornais, nem rádios que cheguem para todos esses licenciados com a agravante da falta de prática - é o desemprego entre os licenciados só não é maior porque muitas empresas estão a ver-se livres dos funcionários mais velhos e a substituí-los por malta nova com ordenados mais baixos e situações precárias. Mas eu diria que a culpa nem é de governos, são sem dúvida as novas tendências do trabalho no séc. XXI.
Mas concordo contigo quando dizes que falta empreendedorismo aos nossos jovens, talvez porque esta geração tem tudo facilitado e não precisa de pensar nem de se esforçar muito porque os pais lá estão a apoiá-los... mas isso um dia acaba!
Um abraço! Excelente aquele video sobre Portugal!
Caro JAM,
Pois é, o nosso problema está muito bem identificado por si, mas a expansão ou novos empreendedores em quê?
Há quantos anos o Paìs está parado?
A prometida retoma aonde está?
Não está ser fácil para ninguém e espero que não continuem a fechar mais empresas.
Por acaso sabe que há alguns empresários que oferecem as empresas com activos iguais aos passivos aos trabalhadores e estes não aceitam, Mas não estou a falar de organizações de "meia tijela", estou a falar em estruturas no valor de centenas de milhares de euros.
Sabe, é bom falar e receber o vencimento no fim do mês, mas responsabilidades e trabalho pouca gente quer.
Um abraço.
Olá!
Chega a ser verdadeiramente dramático. Tantas expectativas que desembocam em amargura e desilusão. Acho que as universidades são responsáveis, principalmente as privadas que muitas vezes são aviários de cursos sem saídas profissionais. Muita gente também ainda tem a mentalidade de que um "canudo" a todo o custo é o que está a dar, sem olhar para o aspecto profícuo da questão...Há muitos que como não conseguem trabalho continuam a estudar, optando por mestrados e doutoramentos, adiando cada vez mais a entrada no mundo do trabalho, depois quando procuram consideram-nos excessivamente habilitados para o que está disponível...Conheço licenciadas em letras e direito que estão em caixas de supermercado.
Bjs. Óptima semana.
Esta é uma questão mundial. Milhões de jovens saem a universidade sem nenhuma perspectiva de se engajar no mercado de trabalho.
beijos
Caro Mostardinha,
Postei um comentário de uma "leitora" lá no meu blog que tem o mesmo tema abordados por você. Quando tiver tempo dê uma lida.
Grande abraço.
Sou da opinião que o número de cursos universitários deve ser adequado à realidade e necessidades do país.
Aqui onde vivo, estado do Paraná, há mais de 20 faculdades de DIreito, são 12 só em Curitiba, mais que o dobro do número de faculdades da California, estado mais rico dos EUA.
No entanto, faltam no Paraná, estado agrícola, agrônomos, engenheiros florestais.
No Brasil há milhares de pseudo advogados, mas falta mão de obra qualificada para a indústria automobilística. Há desemprego de 10% da população, mas faltam engenheiros, embora sobrem advogados disputando clientela à tapas!
O que quero dizer é que Portugal deve observar o mercado de trabalho da UE e buscar sua vocação profissional, e investir em faculdades na área delimitada, fortalecendo o país como um todo.
Vocês podem sonher com isso, apesar de tudo, são um país com uma classe política com certa responsbailidade. Nós, no Brasil, temos mais é que rezar: temos empregos sobrando, faltam pessoas qualificadas porque é mais fpacil formar-se em direito, que estudar pra valer e virar engenheiro...e isso, aos olhos das autoridades!
Ola, vim ca parar por acaso e aproveitei para espreitar o teu blog. Muito muito bom... Não pude sair do teu blog sem deixar um comentario sobre este tema... Penso que nos pontos todos que enumeraste, esqueceste-te de um que acho que também é importante para um bom ensino que é os professores. Não digo os professores todos não, mas aqueles que estão là somente para receber ao fim do mês, aqueles que parecem mais educadores a guardar garotos do que professores de liceu/ universidade. Esses mistificadores, malandros, altamente egoistas e desinteressados, que estão a arruinar o futuro de estudantes ainda um pouco ingénuos perante a verdadeira vida que os vai esperar. Essa gente, sem paixão pela materia que da, que deveria transmitir a vontade de aprender e dar um pouco de ambição aos jovens, deveria sair de là. Sim, deixar os postos deles para prefossores se calhar melhores que estão no desemprego, para poder dar aulas de melhor qualidade e dar novamente gosto aos estudantes de aprender.
Os jovens deste pais precisam de mais ambição. E acho que os professores são os grandes protagonistas para transmitir essa vontade de voar mais alto... Sem esquecer os pais que também tem um papel importante...
Um abraço.
;)
Filipe²
Meu caro Mostardinha
Mesmo com algum atraso...
Há também uma outra aposta que deveria ser considerada:
a requalificação dos recursos humanos já empregados, permitindo o seu enriquecimento formativo e qualitativo , promovendo o acesso ao ensino superior de cidadãos com mais de 23 anos e com experiência profissional adquirida e comprovada.
Um abraço
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