O QUE DIZ A LEI?
O Código Penal determina que “a mulher grávida que der consentimento ao aborto praticado por terceiro, ou que, por facto próprio ou alheio, se fizer abortar, é punida com pena de prisão até três anos”.
QUANTO CUSTA?
Do outro lado da fronteira, em Huelva e Cádis, por exemplo, interromper a gravidez, dentro da legalidade e em condições de saúde, custa 400 euros.
QUANTAS MULHERES?
Cerca de seis mil mulheres em Portugal recorrem, por ano, às Urgências dos hospitais devido às complicações associadas a abortos mal feitos.
A minha escolha é SIM, sou a favor desta despenalização.
É ridículo que, a nível europeu, só em Portugal se condenem com prisão as mulheres que recorrem à interrupção voluntária da gravidez sabe-se lá com que sofrimento.
É uma vergonha que num país democrático isto aconteça.
Muito me surpreenderia se muitos adeptos do Não entendessem o sarcasmo Montypythoniano...
Every Sperm is Sacred {Monty Python's Meaning of Life}
27 comentários:
Eu voto SIM... pois claro e com toda a convicção.
Totalmente solidário com o meu amigo, em relação ao post anterior, é consentâneo com aquilo que aquele grande homem tem escrito,boa semana.
Querido, sou totalmente a favor. Beijocas
Voto SIM! Contra a hipocrisia! Por menos abortos (legais ou clandestinos)!
Cumps
Os bons ventos desviaram-me da rota habitual. Ainda bem.
Gostei de aqui ter chegado, ter lido e ficar surpreendido com o bom gosto do template.
Também me preocupa o resultado do referendo e sobre isso divaguei, brincando, em dois dos m/blogues.
Voltarei.
dinha,
tenho a plena convicção de que o SIM irá ganhar.
Mesmo estando distante deste acontecimento, torço por esta escolha.
Abraços, GR
te admirando sempre mais por essa tua luta
Olá:
Mais uma vez me considero admiradora da sua pessoa e dos valores que defende. Subscrevo as suas palavras e o que defende. Também votarei sim.
Bjs. Boa semana.
Desde aqui, de Luanda, faço votos para que o SIM esmague a hipocrasia do não
Querido, muito obrigada por sua visita e saiba que aqui estou torcendo pelo SIM!!!
Espero que Portugal dê esse exemplo ao Brasil!
Um grande abraço,
Sua amiga de além mar,
SôniaSSRJ
PS : Espero sua visita no meu Blog Entertainment: http://ssrjentertainment.blogspot.com/
E use o Updated Blog para noticiar suas novas postagem a todos na blogosfera, endereço :
http://ssrjupdatedblogs.blogspot.com/
Eu voto SIM.
Meu caríssimo amigo José Alberto,
às vezes pergunto-me em que século estamos em Portugal. Se para umas cooisas somos os maiores da Europa - o 2.º país com maior número de automóveis por habitante, de telemóveis, os maiores centros comerciais da Europa, a melhor via verde, etc, etc, - para outras coisas vivemos ainda na Idade Média: se não vejamos: uma menor é violada pelo progenitor (não lhe chamarei pai, claro!), recorre ao aborto com todas as consequências físicas e psicológicas inerentes, isto se sobreviver, fica em risco de ser presa, enquanto o autor do crime fica na sua vidinha sem ninguém o chatear, pronto para fazer novas atrocidades... Isto passa-se em Portugal muito mais vezes do que pensamos e houve um caso muito recente... e depois o nosso (salvo seja) Primeiro vem ameaçar que se o «não» ganhar não mudará nem uma vírgula na lei. Quanta hipocrisia!!! A não ser que tenhamos voltado 5 séculos atrás, aí até temos uma lei bastante avançada porque nessa altura as mulheres estavam atrás dos loucos e pouco à frente do gado em matéria de consideração...
Um abraço!!!!
Eu tambem vou votar SIM porque quero que as mulheres possam ser devidamente respeitadas o que com a actual lei não acontece.
A vida é uma passagem sim, feita de lugares certos e errados, palavras ditas e não ditas, correctas ou não, mas que com elas construimos essa vida e esse caminho da vida de um tempo que não volta mais...
Dia 7 um post especial num dia também especial. Convido-te.
Beijos e abraços.
País de merda!!
É bom que se apele também a que todos os portugueses ponham de parte o laxismo e no dia 11 participem no referendo, votando!!
Bjs.
Olá José Alberto:
Desculpa andar um pouco arredado dos comentários, mas tenho andado muito ocupado e lá por casa tenho tudo desligado.
É claro que voto "SIM", no entanto não deixo de ter muitas dúvidas quanto à questão da saúde pública das mulheres que optarem pelo aborto, na medida que, não sei como vai ser feito o controle das vezes que o praticam.
Sou também da opinião que na Lei deveria estar consegrado o inicio de uma disciplina de Educação Sexual, sem que pelo meio hajam religiões, preconceitos, tabus, etc...
Mais do que discutir um "SIM" ou "NÃO" à Lei do aborto, deveriam sim sensibilizar e explicar com clareza a referida Lei.
O que temos assistido é a um verdadeiro lavar de roupa suja.
Abraço e bom resto de semana e fim de semana.
Mostradinha, chovendo no molhado mas apoio totalmente sua opinião.
Parabéns pela abordagem. Também sou a favor da diminuição do número de abortos, por isso vou VOTAR SIM no referendo.
Cumps
Mostardinha, o vídeo do Monty Python é completamente pertinente nessa sua luta. Um abraço
Mostardinha,
torço pela escolha vitoriosa do "sim"
Olá querido!!!
Estou chegando e me arrumando meio que ainda sem os comprometimentos que voltarão à carga na próxima segunda feira. Até lá, vou me readaptando para o novo ano que para mim, começará somente agora.
Te agradeço por tuas visitas sempre tão bem vindas e a aprtir de agora retribuirei com prazer todas as que tenho recebido de ti.
Beijinhos e até mais!!!
Quando ao referendo...
O que é mesmo que está sendo votado???
Até agora para mim, nada disso ficou muito claro... Que ganhe o bom senso e para isso não há mesmo necessidade de referendo, penso eu...
Outro beijo!!!
As duvidas de alguns, penso que são de consciencia pesada, pois não as compreendoo, nem que vota no Não...
Um Abraço amigo
após essa tua luta pelo sim até o dia 11, poderias dar notícias por quantas anda o processo contra jornalistas no caso da Casa Pia?
Por eu ser a pessoa que sempre questiona tudo e quer sempre saber mais e mais, feito criança (???), não resisti e tomei emprestado o belíssimo texto e o mais coerente que já li sobre a questão do aborto a ser votada em teu país, no referendo do dia 11 - e leia-se aqui uma campanha milionária paga com o bolso do contribuinte e que levantará olhares (e votos) para quem a desencadeou, e que no meu entender, trata-se de uma reformulação à lei ou uma nova lei, que caberia muitíssimo bem ser votada pelos parlamentares sem tamanho gasto e sem tamanho estardalhaço e mídia que a tal decisão caberia. Para mim o referendo só é uma distorção de olhares e atitudes e da falta deles. Lembra-me o referendo pelo desarmamento no Brasil... Uma montanha de dinheiro gasto que poderia ter sido revertido para tantas coisas, tão necessárias e acima de tudo, a educação e não me parece diferente aí em Postugal. Nada contra a liberdade de escolha de cada um, mas que isso de fato recaia a quem deve se portar e conduzir-se sob essa as regras dessa mesma liberdade.
Beijinhos,
Cris
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http:desambientado.blogspot.com
NIM
Pensei alhear-me da questão do aborto, mas não o consegui. Sou dos poucos que defendem o NIM, nem não, nem sim, ou seja, sou daqueles que são contra o referendo.
Sou contra o referendo por entender que esta questão não é referendável.
Sei exctamente o que responderia se a pergunta fosse do tipo:
-É a favor da total despenalização do consumo de drogas?
-É a favor da pena de morte?
Não perceberei nunca um referendo que coloca questões como:
-É contra o suicídio?
-É contra convicções neo-nazis?
As primeiras questões prendem-se com formas de gerir problemas sociais, cuja resposta permite perceber até que ponto estamos dispostos a tolerar comportamentos ou a não perdoar actos hediondos. As segundas, com respostas estritamente pessoais, impregnadas de valores pessoais e culturais, chegam a atingir o ridículo se colocadas sobre a forma de pergunta.
Para mim a pergunta em questão deveria ser: Concorda com o projecto Lei Nº? Aí sim, talvez soubesse o que estava a votar, ademais: não sou criminalista.
Entendo que o referendo sobre a interrupção voluntária da gravidez se enquadra mais na segunda categoria de questões do que na primeira, por isso voto NIM.
Ninguém é a favor do aborto. Ser a favor do aborto, o que é que significa? Que todas as mulheres têm que abortar? Que temos que extinguir a espécie humana? Que se é contra a vida?
Se o sim, nada tem a ver com o ser a favor do aborto senso lacto, o que se vota no referendo são as condicionantes do aborto.
São as condicionantes que estão a ser discutidas tanto pelo não como pelo sim. Votar sim ou não, sem poder escolher as condicionantes, para mim, não faz qualquer sentido, muito menos quando se tratam de convicções pessoais, totalmente impregnadas de subjectividade.
Não é a moda ou a média das opiniões que dão sentido a uma questão ou as torna verdadeiras, mesmo em democracia, por isso: NIM.
Os argumentos dos não e dos sim tem andado à volta da vida, por vezes da ausência dela. Creio que todos percebem e aceitam que científicamente ela já existe até antes da concepção: o espermatozoide está vivo e o óvulo também. Após a fecundação, o óvulo fecundado, também está vivo.
A questão em discussão parece não ser esta, mas sim a classificação da vida como humana. No fundo discute-se aquilo que teológicamente se chama "o aparecimento da alma humana". Discute-se, metafísica.
Tenho algumas crenças relativamente à "alma humana", mas essas não são referendáveis, porque cada um tem as suas. Mais uma vez não me interessa saber a média ou as modas das crenças dos portugueses.
Pedem-me que diga não, sem a preocupação de criar mecanismos eficazes de apoio às mulheres desesperadas, algumas maltratadas, mal julgadas, mal amadas e por vezes até mal nutridas. Não voto não, porque a actual lei só julga, não ajuda. Não há nenhuma indicação de que sendo aprovado o não, se alterarão os apoios ou se alterará o tipo de ajuda.
O Aborto clandestino é efectivamente um grave problema.
Pedem-me que diga sim a todas as decisões, incluindo as mal pensadas, por vezes mal julgadas mas que se acredita que resolve um problema de sanidade física. Não resolve certamente problemas de sanidade mental. Não há nenhuma indicação de que se alterarão apoios ou se alterará o tipo de ajuda, excepto a sanitária e diminuir-se-ão os encargos pessoais.
O sim pode corresponder a uma desresponsabilização social de apoio às mesmas mulheres desesperadas, maltratadas, mal amadas e por vezes mal nutridas. Será que são bem julgadas?
Não estará a grande diferença entre o sim e o não apenas no julgamento público ou institucional? Essa diferença para mim é muito pouca.
Pedem-me então que decida se " a alma humana" existe apenas a partir das 10 semanas de gestação. Haverá alguém que saiba isso? Não cairemos no ridículo de punir o aborto com 10 semanas e um dia? Dez semanas e dois dias? Dez semanas e ...trinta dias? Raciocinando ao contrário, nove meses é crime, oito também, três também....e só deixa de ser crime aos dois meses e duas semana!!! Poderíamos ter ido mais longe e ter contabilizado mais ao menos assim: Dois meses, uma semana, 3 dias, 5 horas, 25 minutos e 10 segundos após....
O não, defende que 10 semanas é muito, mas não diz até quanto se regride. Até ao acto da concepção? A maioria dos adeptos do não aceita perfeitamente ir até ao dia seguinte ao da concepção.
Nesta perspectiva o referendo pretende que eu decida em que intervalo de tempo, entre dois dias e 10 semanas, ocorre o aparecimento da vida humana. Não sou capaz de o fazer, por isso, voto NIM.
As mulheres têm direito a fazerem o que querem com a sua barriga?
Não creio que esta causa seja uma causa feminista, nem creio que esta escolha seja exclusiva das mulheres. O que acontece é que essa escolha é incentivada por alguns homens, que as abandonam, as maltratam, julgam-nas, desrespeitam e deixam-nas exclusivamente sós com os seus dilemas. Como homem, sentir-me-ia muito mal passar essa responsabilidade exclusivamente à mulher. Por isso também, voto NIM, porque se o dilema fosse meu, gostaria de partilhá-lo, nem o não nem o sim me dão essa possibilidade.
Sou contra um referendo que resulta da falta de coragem do poder político em assumir do princípio ao fim um projecto humanizado da interrupção da gravidez, que é voluntário, por não ter opções, tratando-o como deve ser tratado, com soluções que levam à responsabilização da sociedade em vez de um contributo monetário, de um projecto que trata o assunto como se fosse um assunto mercantizável ou um assunto legislável. É aos políticos que compete propor a lei, por isso votei neles.
Não teria dúvidas em votar um programa para combate à dignificação da vida e da mulher. Tenho dúvidas em votar algo que se traduz numa resposta minimalista transformado num simples sim ou não.
Tenho dificuldades em aceitar o exemplo de outros países, quando o meu foi dos primeiros a proibir a escravatura e a eliminar a pena de morte. A moda ou a média, não me servem de consolo.
Gostaria que o meu país fosse o primeiro a dar a devida atenção a este problema, e que não o reduzisse a questões para as quais não há uma única resposta, uma única lei, um único olhar, uma única interpretação ou um mero referendo.
Não sou Deus nem Anjo, sou simplesmente um homem, com defeitos e limitações.
Quando me pedem sim ou não, estão a dizer-me que os dilemas se resolvem pela maioria das opiniões, ou por 50% das opiniões mais uma. Sei que talvez o objectivo seja promover-nos virtualmente à categoria de Semi-deus.
Félix Rodrigues
Sei que teu blog é pesado demais e está difícil de abrir para comentários e especialmente no teu post imediatamente acima. Tentei te colocar nele, uma última mensagem para o encerramento do assunto que vinha sendo discutido e sei que o Félix também tentou e não conseguiu, mas enfim...
Um bom domingo e que o resultado, seja de fato e consciente e verdadeiramente, o melhor e que o mesmo contribua para o enriquecimento de todos.
Cris
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