Maria José Morgado, procuradora adjunta que tem a seu cargo o processo ‘Apito Dourado’, não tem dúvidas e afirma que o aborto ilegal é um negócio sujo que não é legalmente processado e como tal não tributado e que, por isso, cria realidades concretas que potenciam a corrupção.
A mesma procuradora afirma ainda que há clínicas em Portugal que mais parecem ‘slot machines’, autênticas máquinas de fazer dinheiro.
Esta realidade, que pessoas mal formadas pretendem querer que passe despercebida sob o pretexto religioso de dizer não a uma interrupção da gravidez observando a legalidade e a segurança da mulher, é tanto mais grave quanto se sabe que quem tem disponibilidade financeira se desloca á vizinha Espanha para esse fim.
Não é moralmente justo que se "enviem" mulheres desesperadas e mais necessitadas para a pratica de uma interrupção da gravidez com consequências muitas vezes lamentáveis e que, ainda assim, fiquem posteriormente sujeitas a penas de prisão, conforme estabelece a actual lei, que, essa sim, é o que verdadeiramente está em causa no próximo referendo de Fevereiro.
Qualquer pessoa de consciência aberta e moralmente bem formada sabe e compreende que isto é uma realidade e só a hipocrisia e falta de carácter não a levará a admitir tal situação.
O respeito pela vida humana impõe igualdade de oportunidades para o ser humano.
Ora é isso que se pretende fazer cumprir com o referendo.
Para os que, de repente, se manifestam a favor da vida com argumentos desgastados histórica e cientificamente, será bom recordar o verdadeiro atentado á vida que foram as Cruzadas em que se cometeram assassínios continuados sob a benção da igreja.
E também será bom lembrar os séculos de inquisição em que inocentes eram mandados para a fogueira para serem queimados vivos.
Afinal por onde andava o tão proclamado respeito á vida?
Deixemo-nos de hipocrisias e sejamos sérios.
O que está em causa no referendo não é legalizar o aborto, é antes retirar da lei aquilo que ela tem de mais injusto.
A menos que os países culturalmente mais avançados que Portugal não passem afinal de imbecis nessas mentes mais retrógradas.
25 comentários:
Já num outro blog, se colocou a questão do aborto... eu disse e repito, eu sou Mãe, a minha filha é o meu maior tesouro, foi e é um desejo de dois, no entanto sou a favor da legalização do aborto, precisamente porque não sou hipocrita! porque mais vale abortar do que deixar nascer uma criança e essa mesma criança vir a ter uma vida que não pediu e não a vai fazer sorrir nunca!...
Um beijo
José Alberto, boa noite.
A questão do aborto é muito prejudicada pela interferência hipócrita do catolicismo que, creio, deve ser uma pedra no caminho de qualquer tipo de renovação legal em seu país, como é no meu.
A Igreja é hipócrita, o governo é hipócrita, a sociedade é hipócrita.
Valorizam a vida DENTRO DO CORPO DA MULHER, ainda considerado objeto de dominação, enquanto apoiam os genocidas e assassinos sutis que existiram e existem ainda hoje, no mundo inteiro.
Hipócritas, isso é o que são.
beijos
Hipocrisia pura. Eu não faria por conta de algo maior o qual acredito , mas nunca recriminaria que decide por fazê-lo. Bj e apareça lá do outro lado.. texto fresquinho hj!Bj!
Mostardinha
Sou a favor da legalização. Não concordo com o aborto (por princípios meus ), mas também não concordo que seja ilegal. Acho que cada um é ou deveria ser responsável pelos seus atos e não por uma imposição.
Abs.
Olá José Alberto:
Como não sou hipócrita, considero que se uma criança vai nascer sem ser amada, para uma vida de desgraça e miséria, bem como de humilhação e sevícias, mais vale não nascer. Por outro lado acho que deveria haver melhor informação, campanhas bem estruturadas acerca do planeamento familiar. Choca-me ver os lucros dessas clínicas e ver mulheres que a esses serviços não podem aceder, esvairem-se, ou fazerem-no em situações degradantes e serem presas. As minhas reflexões sempre se dissociaram da igreja, instituição que considero obsoleta nos dias de hoje e que tal com refere está cheia de contradições...Que faz o Vaticano ou o ouro de Fátima pela fome no mundo?
Bjs. Bom fim-de-semana.
Só a hipocrisia é contra a Interrupção Voluntária da Gravidez.
Não estarei cá para votar mas enquanto cá estiver farei a 'minha' campanha a favor do SIM
Não há nenhuma razão válida para que o NÃO vença, só mesmo a postura da avestruz
Parabéns pelo post. Vou votar SIM, pois claro!
Não voto, claro, sou estranjeiro, mas se votar fosse, seria à favor, embora creia que esse plebiscito devesse ser decidido apenas pelas mulheres, por serem donas das vidas de todos nós.E aposto que a maioria contra será de homens, pois lhes é cômodo.No mais, é como disse a Bia logo acima
Um abraço
meu caro já expus minha opinião, sou favorável ao aborto legalizado mas que também tenha uma grande campanha de educação sexual e planejamento familiar
Caro Mostardinha,
Tenha você também um excelente final de semana.
Um abraço.
Sobre esta matéria gostaia de relembrar a posição de Bill Clinton " Vamos despenalizar o aborto mas torná-lo raro e seguro!". Uma posição de um democrata e de um homem de Estado que conhece a realidade e procura mudá-la, a bem de todos.
Cumps
Mostardinha,
pra ti tb um super fim de semana
bjk
Mostardinha, sem dúvida este é um assunto para ser discutido sem o prisma da religião. As diversas religiões admitem excessos absurdos e não têm moral para se colocar nessa questão. Por mais que me doa a questão do aborto, com certeza ele irá existir, com ou sem o aparato da Lei. Então, é melhor que ele seja amparado legalmente para se evitar distorções e abusos. No entanto, as formas de evitar a concepção estão aí, devem ser largamente divulgadas para que tenhamos que usar desse direito só em uma situação crítica.
Querido, como vc sabe estive fora da blogosfera, trabalhando 24/7 na construção de um movimento apartidário em prol da recuperação de valores hoje denegridos e enxovalhados pela classe política, com total complacência da população.
Estamos oficialmente no ar, já criamos o blog e arregaçamos as mangas para nos fazer ouvir.
Sua participação se torna necessária, contamos com a blogosfera e vc.
Um grande abraço e desde já obrigada.
SôniaSSRJ
Caro JA, votos de um Bfs.
Cpts
Mostardinha,
sua colocação foi perfeita:
"O que está em causa no referendo não é legalizar o aborto, é antes retirar da lei aquilo que ela tem de mais injusto".
Abraços, Guilherme
(`“•.¸(`“•.¸ ¸.•“´) ¸.•“´)
Abraços da Daniela
(¸.•“´(¸.•“´ `“•.¸)`“ •.¸)
Para registo de memória futura...
Um deputado do CDS defendia na Assembleia da República que o acto sexual se destinava exclusivamnete a procriar e logo a Deputada poetisa lhe respondeu...
Já que o coito - diz Morgado
-tem como fim cristalino,
preciso e imaculado
fazer menina ou menino;
e cada vez que o varão sexual
petisco manduca,
temos na procriação prova
de que houve truca-truca.
Sendo pai só de um rebento,
lógica é a conclusão
de que o viril instrumento
só usou - parca ração! - Uma vez.
E se a função faz o órgão - diz o ditado
- consumada essa excepção,
ficou capado o Morgado.
( Natália Correia - 3 de Abril de 1982 )
Hoje se fosse viva - Votaria SIM no referendo.
O que está em causa no referendo não é legalizar o aborto, é antes retirar da lei aquilo que ela tem de mais injusto...!!!
Bom fim de semana.
Beijos e abraços.
Caro JAM,
mais um post de qualidade, mais uma luta antiga, contra a hipócresia e as máquinas registadoras, como diz MJM.
Um abraço e bom fim de semana.
Acho que a maioria é unanime: o que esta em causa é a despenalizaçao.
Bom fim de semana
A salientar: "Deixemo-nos de hipocrisias e sejamos sérios.
O que está em causa no referendo não é legalizar o aborto, é antes retirar da lei aquilo que ela tem de mais injusto."
Um bom fim de semana.
A quem interessa a perpetuação da miséria? Aqui no Brasil o enfoque é outro. Mas apoio a interrupção da gravidez.
SIM, porque?
Que fique claro, que eu sou a favor do sim, mas nao (sim) ao aborto deliberado.
Sim à despenalização, porque quem quer fazer faz na mesma, e em condiçoes miseráveis,então que se faça como deve ser e sm riscos, tanto humanos, como criminais.
Se as mais ricas têm condições e possibilidades de o fazer no estrangeiro, porque não poderão também as com menos possibilidades?
Evitam-se desgraças, evitam-se desgostos, evitam-se males maiores.
Votarei sim para não voltar a ligar a TV e ouvir que foi encontrado um bebé no caixote do lixo, que um bebé foi abandonado nas escadas de um qualquer prédio, encontrado sem vida num saco preto num rio, ou uma mulher está no tribunal a ser julgada, por algo que a sociedade nos mais variados graus sociais pratica.
Se o aborto for legalizado não vai aumentar massivamente o número de abortos, acho que vai ser os mesmos índices, mas em compensação menos mulheres morrerão nessas clínicas clandestinas sem nenhuma segurança.
Fora isso, acho que a política pública pelo aborto, também tem que vir acompanhada de campanhas de massas divulgando metodos contraceptivos e dando condições de todas as pessoas terem acesso.
Mas as pessoas que falam que é crime tirar a vida, eu também concordo, mas devemos reflectir nisto:
Quantas mulheres não podem criar os filhos e os sustentar?
Uns dizem que é só colocar num orfanato, ou dar a outras pessoas para os criar. Será assim?
Falar é fácil, o duro é ir la adoptar várias crianças que choram de infelicidade por não terem pais, por não terem uma família como outras, de terem uma infância diferente e triste em relação a outras e por vezes viverem e morrerem em circunstâncias inacreditáveis!
Muitas pessoas não pensam nisso, quando falam que não se pode tirar a vida a um feto, mas elas não vão lá para adoptá-las, ou simplesmente dar algo, como carinho, amizade e um lar, para além de sustento.
Quantos se preocupam com isso, para além das palavras? Quantos?
Palavras são bonitas e a moralidade está em todos, mas as acções poucos as fazem, e muitos fazem porque algo na vida deles se passou.
Votarei sim pela justiça.
Votarei sim pela mulher.
Votarei sim, pelos mais desprotegido(a)s.
Votarei sim pela liberdade de igualdade de circuntâncias entre todos.
Votarei NÃO as ideologias morais...
Nada mais que isso...
Pedro Sousa
só espero que desta vez o pessoal vá mesmo votar e não fique em casa como da primeira vez.
o verdadeiro problema para a vitória do SIM só é mesmo a abstenção.
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