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Ideias para Blogger

Um tema para reflectir.

Written By Al Berto on sexta-feira, outubro 20, 2006 | sexta-feira, outubro 20, 2006


O aborto voluntário ou forçado ocorre quando alguém provoca pela ingestão de medicamentos ou por métodos mecânicos a expulsão do feto.
A ética deste tipo de abortamento é fortemente discutida em todo o mundo.
O grande ponto desta discussão passa por definir quando o feto ou embrião se torna humano ou vivo: se na concepção, no nascimento ou num ponto intermediário.
Por isto, freqüentemente este debate está combinado com as concepções religiosas ou espirituais de cada um.

Como a prática é ilegal em muitos países (podendo ser mesmo considerado crime), como em Portugal e no Brasil, muitas mulheres, movidas por diversos motivos (económicos, vergonha, medo da reacção dos parentes mais próximos, ou outras razões), procuram abortar clandestinamente usando métodos perigosos que põem em risco a sua própria vida.

Entre os métodos mais comuns pode-se referir o uso de plantas abortivas como a arruda (Ruta graveolens), erva-santa-maria (Senebiera pinnatifida), tanaceto (tanacetum vulgaris), sabina (Juniperus sabina) ou o fungo cravagem do centeio (Claviceps purpurea).

Outros expedientes usados - e que resultam frequentemente em tragédia -, são a introdução de objectos no canal vaginal, como agulhas de tricô, tesouras ou antenas, que provoquem a morte do feto.
Com a actual lei todas estas mulheres, para além do sofrimento já sentido, serão condenadas a penas de prisão.
Os defensores da despenalização da interrupção voluntária da gravidez apontam estes factos para justificar a sua posição.

Sobre a Despenalização da Interrupção Voluntária da Gravidez


O director da Maternidade Alfredo da Costa e também presidente da Comissão Nacional de Saúde Materna e Neonatal, Jorge Branco, diz que «É impensável que a Ordem do Médicos tenha uma posição dissonante das leis do Estado».
Albino Aroso, médico e ex-secretário de Estado do PSD, este ano galardoado com o Prémio Nacional de Saúde, partilha a mesma opinião.

As declarações foram feitas na conferência internacional sobre a saúde sexual e reprodutiva da mulher, em Lisboa, organizada pelo Partido Socialista Europeu.
Uma iniciativa a que se associou o primeiro-ministro, José Sócrates.

«Nós não queremos liberalizar o aborto: queremos descriminalizá-lo até as dez semanas, mantendo a regra da criminalização»
, afirmou o chefe do Governo, reiterando que pretende pôr fim à «chaga do aborto clandestino em Portugal».

A intervenção mais radical da conferência de ontem, segundo o Diário de Notícias, veio da eurodeputada Britta Thomsen, uma das oradoras da tarde, que aludiu às frequentes perguntas de jornalistas estrangeiros, que «perguntam se Portugal está nas mãos do Vaticano».
Entre fortes aplausos, esta social-democrata dinamarquesa pediu um «esforço para mudar esta situação digna da Idade Média que existe em Portugal nesta área».

A proposta de referendo sobre a despenalização do aborto nas primeiras dez semanas de gravidez apresentada pelo Partido Socialista foi aprovada esta quinta-feira no Parlamento, com os votos favoráveis do PS, PSD e Bloco de Esquerda e perguntará:

“Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada, por opção da mulher, nas primeiras dez semanas, em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?”

37 comentários:

António Silva disse...

ora cá está um tema em que não tenho dúvidas.
qual é a moral que manda mulheres para a prisão por disporem do seu próprio corpo.

CarpeDiemBeHappy disse...

Olá!

Sempre com temas actuais.

Será que as pessoas vão dar a devida importância a este assunto?!Espero que sim e que se desloquem para ir votar!

Eu concordo com a despenalização do aborto conforme proposta apresentada. Com esta medida evita-se muito sofrimento...

Desconhecia em grande parte a forma como as mulheres tentam abortar...é de arrepiar!!

Beijos!

Jorge Sobesta disse...

Caro Mostardinha,

Se uma mulher chega ao ponto de querer abortar, não há papa nem nada que a impeça de ir em frente. Tem também as sequelas de abortos mal-sucedidos.
Então porque não fazê-lo de maneira segura e legal? E qual vida teria uma criança cuja mãe já a rejeita no útero?
Quanto a parte religiosa da questão, se assim for que ela resolva lá com Deus algum dia.

Um bom final de semana para você.

veritas disse...

Olá José Alberto:

Penso que é um tema que exige reflexão, isenta de qualquer credo religioso. Concordo que se despenalize, se tivermos em conta que uma mulher que a ele recorre se encontra em situação de desespero, ou por ser muito jovem, ou por não ter como o sustentar e sabemos que um ser para vir a este mundo tem de sentir-se amado, desejado, caso contrário corre o risco de tornar-se marginal...Custa-me ver mulheres serem crucificadas por particar um aborto em situação de desespero, são sempre as mais desprotegidas, porque as das classes média-alta têm recursos para ir a Espanha. Eles até já cá querem abrir clínicas! Compreendo, como ouvi para um clínico que possa parecer contrasensual por um lado ajudar casais que sofrem de infertilidade, por outro pôr em prática a IVG. Acho que deveria existir uma melhor informação dos jovens acerca de métodos contraceptivos e nisso os Centros de Saúde e Escolas muito poderão fazer.

Bjs.

Anónimo disse...

Mostardinha,
Essa questão do aborto é extremamente polêmica... Particularmente não sou à favor, mas é uma questão de fórum intimo... Muitas mulheres que fazem o aborto carregam a culpa disso por toda a vida e a de se pensar também no direito do feto de se desenvolver.O que sei é que uma pessoa que usa desse expediente está se furtando de uma das mais bacanas experiências humanas que é a paternidade / maternidade... A questão da educação sexual e do planejanento familiar também são questões que deveriamos estar discutindo nas nossas escolas...

Anónimo disse...

Mostardinha,
Essa questão do aborto é extremamente polêmica... Particularmente não sou à favor, mas é uma questão de fórum intimo... Muitas mulheres que fazem o aborto carregam a culpa disso por toda a vida e a de se pensar também no direito do feto de se desenvolver.O que sei é que uma pessoa que usa desse expediente está se furtando de uma das mais bacanas experiências humanas que é a paternidade / maternidade... A questão da educação sexual e do planejanento familiar também são questões que deveriamos estar discutindo nas nossas escolas...

AC disse...

Ética e moralmente é uma questão complicadissíma e em boa verdade tenho algumas dúvidas.

Os métodos contraceptivos existentes deveriam ser suficientes para que a generalidade dos casais não chegasse a este ponto.

Independentemente da Mulher poder dispor do seu corpo, é sempre matar uma vida à nascença.

Bfs

Anónimo disse...

Essa prática é abominável

Migas (miguel araújo) disse...

Em resposta à pergunta no fim do post e provável questão no boletim do referendo: NÃO!
Cumprimentos

Ricardo Rayol disse...

Só posso concordar. Esconder debaixo do tapete esta situação é no minimo um crime maior que o, supostamente, as mulheres fazem ao abortarem.

veritas disse...

olá José Alberto:

Peço desculpa...queria dizer praticar...

Bjs e bom fim-de-semana.

Susana Barbosa disse...

Caro José Alberto,

O tempo previsto pela actual legislação já é mais do que suficiente, salvo raríssimas excepções. Há que cada um se responsabilize pelos seus actos. Há que fazer prevenção e não optar por políticas de ver primeiro arder, para depois resolver. Este tipo de benevolências não responsabilizam nem credibilizam o ser humano. E é vida que está em causa!

Claro está que a minha resposta ao referendo é não.

Um abraço

José Manuel Dias disse...

Gostava de deixar para reflexão de todos este pequeno excerto de uma dos livros mais vendidos nos Estados Unidos, de um professor da Universidade de Chicago:
"Como a célebre borboleta que agita as asas num continente e acaba por provocar um furacão do outro lado do mundo, Norma McCorvey alterou espectacularmente o curso dos acontecimentos sem o querer. Tudo o que ela queria fazer era um aborto. Era uma mulher de vinte e dois anos, pobre e sem educação, sem qualificações. alcoólica e toxidependente e já tinha dados dois filhos para adopção, e nessa altura, em 1970, ficara novamente grávida. Porém no Texas, como em quase todos os estados naquela época, o aborto era ilegal. A causa de McCorvey foi adoptada por pessoas mais podersosas do que ela. Essas pessoas fizeram dela a litigante principal numa acção judicial que pretendia legalizar o aborto.
(.../...) No dia 22 de Janeiro de 1973, o tribunal decidiu a favor de Roe, permitindo que o aborto fosse considerado legal em todo o país.(.../...)
Mas, então, como é que o processo Roe contra Wade desencadeou, uma geração depois, a maior queda de criminalidade registada na história?
(.../...)
Décadas de estudos mostram que uma criança nascida num ambiente familiar adverso tem mais probabilidades do que outras crianças de vir a tornar-se um criminoso. E os milhões de mulheres com maiores probabilidades de abortar na sequência do processo oe contra Wade - mães pobres, solteiras e adolescentes para quem os abortos ilegais eram, antes, demasiado caros ou muito difíceis de conseguir - eram, em geral, modelos de adversidade. Eram as mesmas mulheres cujos filhos, se tivessem nascido, teriam muito mais probabilidades que a média de se tornarem criminosos. Contudo, devido a Roe contra Wade, estas crianças não tinham nascido.Esta causa poderosa tinha um efeito drástico a longo prazo: anos depois, exactamente na altura em que estas crianças atingiriam a idade de se inicia no crime, a taxa de criminalidade começou a afundar-se.
Retirado de " Freakonomics" pág. 22/23, Steven D. Levitt e Stephen J. Dubner
Existem muitas razões para justificar uma qualquer opinião, mas não podemos ignorar a realidade : o flagelo do aborto existe, com lei de despenalização ou sem ela. Promover métodos de planeamento familiar e autorizar a interrupção voluntária de gravidez, contribuirá, como de resto aconteceu noutro países, para a diminuição do número de abortos. Sou a favor da diminuição dos abortos, por isso o meu voto é SIM no referendo.
Cumprimentos

Luna disse...

Tema forte
eu pessoalmente não era capaz de o fazer, pois encaro como uma vida desde o inicio,agora penso que nenhuma mulher o faz levianamente, assim fazer nascer crianças para sofrer, serem maltratadas, desprezadas, molestadas, não sera bem maior o sofrimento desses seres, mediante tudo isto sou a favor.
beijos

Anónimo disse...

Meu caro,
Acho que há aqui uma grande confusão nos teus comentadores e isso tem a ver com o modo como colocaste a questão.
A IVG é, sobretudo, uma questão de saúde pública e não uma questão moral. Todos somos contra o aborto. Mas a questão não é essa. A questão tem a ver com a possibilidade de, havendo abortos, eles serem feitos com condições ou sem nenhumas condições. A diferença são milhares de mortos-mulheres que a ele recorerem todos os anos...perdão, centenas, porque a Espanha tem ajudado a diminuir este número proporcionando condições em Badajoz.
É esta a escolha.
Se A ou B vai ou não abortar é outra questão. Mas deve ter o direito de optar, em consciencia e com condições.
A saúde publica é que não pode ficar dependente disso.

Anónimo disse...

Neste sábado ao som cadente da chuva que embala, visito as páginas que mais aprecio e cuja qualidade me atrai. Parabéns e bom fim-de-semana, pois aqui descanso os olhos no teu magnífico blogue, entre esta interessante temática.

Rose disse...

Olá José Alberto,
Quanto tempo.

Não concordo com aborto. Em meio a tantos modos de prevenir uma gravidez indesejada, se acontece é fruto de inconseqüência.
A mulher pode e deve dispor de seu corpo, mas o feto não é seu corpo. é outro ser, e indefeso.

bom fim de semana

Anónimo disse...

aborto é sempre cercado de hipocrisia, sabe-se que fazem e ninguém assume a responsabilidade.
A decisão deve ser da mulher, e esta deve ter apoio médico e legal.
e cabe ao governo dar meios de prevenção, mas como sempre é omisso.

ótimo WE para você :-)

Arauto da Ria disse...

Olá josé Alberto,belo texto sobre o aborto, mas como vês quem semeia ventos colhe tempestades, isto só para te dizer, que estás a ficar muito á direita e depois tens estas reacções.
És socialista carago!

Kalinka disse...

Olá J. A. Mostardinha

Este tema sempre actual e muito controverso...fico dividida pois acho que cada mulher deve decidir de sua vida, mas ao mesmo tempo, não deve matar um ser que já tem vida...é melhor não continuar!!!

Agradeço a tua visita à minha sala de jantar, para em conjunto todos nós contribuirmos para o bem estar destas crianças. Que tal o chá? e os scones, estavam bons?
Sempre que juntar os amigos venho cá convidar-te. Obrigado.
Abraços.

Orlando Tambosi disse...

Salve, José Alberto,

o tema é relevante. Aqui no Brasil há um projeto engavetado que liberaliza o aborto (com limites, claro), dando a última palavra à mulher, com o que concordo plenamente. Tem o Estado direito de intervir nessa esfera? São as mulheres irresponsáveis?
A igreja é que tolhe a discussão aqui. Enquanto isso, os "açougues" clandestinos funcionam dia e noite. Quando há problemas, as mulheres vão parar no serviço público de saúde (o gasto é de 10 milhões de dólares por ano). Os dados são terríveis. É preciso descriminalizar.

A propósito, recomendo ler o ótimo Freakonomics, do Steve Levitt, que tem um capítulo demonstrando que a aprovação do aborto nos EUA, em 1973, foi a causa da impressionante diminuição da criminalidade nos anos 90.

Abs. e bom domingo

Saramar disse...

José Alberto, boa noite.

Confesso que este é um tema que me provoca imensa angústia. Sou contra qualquer tipo de morte provocada por seres humanos. Porém, como pretender que uma mulher estuprada carregue o fruto da violência que sofreu? Como querer que mantenha em si um filho que poderá matá-la?
Eu nunca consigo chegar a uma conclusão sobre o aborto.
Só sei que nem a Igreja nem o Estado têm o direito de decidir pela mulher. Este é um tipo de intromissão que ultrapassa todos os limites.

beijos e bom domingo para você.

Kafé Roceiro disse...

Tema polêmico, mas acho que cada mulher têm seus motivos. Quem somos nós para julgar. E o corpo é dela para decidir. Irmão realmente é um assunto muito delicado e cada caso é uma estória.

Guilherme Roesler disse...

Mostardinha, esta aí um tema polemico. Aqui no Brasil é um problema a ser tratado, mas que, como sempre, é adiado dia-a-dia. Temos qe discutir tambem os problemas no Brasil. Abraços, Guilherme

Santa disse...

Querido amigo Mostardinha,


Este é mais um aviso do que um comentário. Peço desculpas se não visito meus amigos na medida que gostaria. É que infelizmente o problema da minha mão direita retrocedeu. Voltei às sessões de fisioterapia (+ 15). Consigo visitar um a três blogs por dia e tenho que interromper. Isso não impede que leia os blogs. Por outra, só não fechei o blog da santa ainda é porque minha indignação é maior do que a dor física. Bjs. E um Bom domingo!

Anónimo disse...

Tremenda confusão,

A pessoas estão sendo manietadas pela comunicação social, que dá a versão de assunto polêmico, do ponto de vista de grupos organizados pro-abortistas.

Abaixo listo sites que falam da questão, alguns contra a vida e outros defensores, pois é disso que se trata. Os defensores do aborto em Portugal (no brasil já começa tambem)acharam o aborto tão nojento que até acharam uma palavra com nome de remédio: IVG

Peço, somente peço, que leiam com calma sem opinião formada, até mesmo onde se fala sobre a questão e utiliza-se argumentos de fé misturados a médicos. Penso que ninguem fica indiferente.

Antes porem alguns esclerecimentos:

1º) o processo Roe versus Wade, foi uma monumental montagem com o intuito de enganar a Suprema Corte dos EUA, tanto que passadas três décadas, a própria testemunha pediu reabertura do caso, confessando que havia mentido sob pressão de militantes abortistas.

2º)NÂO é verdade que o aborto seja uma caso de saúde pública. É IMPOSSÍVEL negar os números de mortes que resultam de abortos mal-feitos, MAS tambem é impossível negar que a legalização provoca um aumento generalizado do número efetivo de abortos provocando, por arrastamento, o número de mortes efetivas de aborto sejam legalizdas ou não;

3º) Não é verdade que diminui o número de abortos clandestinos após aprovar a liberação do aborto até determindada data. E aquelas mulheres que querem abortar depois de x semanas? Não continuarão a ser processadas?

4º) A diminuição da criminalidade é o mais recente argumento na defesa do aborto, mas como pode alguem pressupor a eliminação antecipada de eventuais criminosos? Alem disso, é um argumento RÍDICULO: se é negada a condição de pessoa humana no momento de sua concepção, antes do nascimento, como pode-se antever com precisão que tal indíviduo faria isso ou aquilo? Se para supor a diminuição estatística da violência PODE, para supor a falta da cura da sida tambem pode,por exemplo. Ninguem sabe, ao certo, o que seria em adulto, cada criança abortada, muitas poderiam ser cientistas, grandes líderes, etc.

SITES PRÓ-VIDA:
www.abominavelaborto.hpg.ig.com.br/saude/11/index_int_11.html

www.providafamilia.org/doc.php?topic=top56799

www.acidigital.com/vida/aborto/index.html

www.providaanapolis.org.br/

http://www.pbnet.com.br/openline/gvfranca/artigo_4.htm

http://aborto.no.sapo.pt/
(MUITO BOM)

A FAVOR:
http://boasaude.uol.com.br/especiais/popreports_aborto/

http://www.womenonwaves.org/article-1020.52-pt.html

http://www.catolicasonline.org.br/aborto/conteudo.asp

Anónimo disse...

Sites em inglês, com muitas estatísticas


http://www.dr-tiller.com/safety.htm

http://www.forerunner.com/forerunner/X0476_Safe_Legal_Abortion.html

http://www.californiaprolife.org/abortion/aborstats.html

http://www.vanderbilt.edu/SFL/illeg.htm

http://www.factsonabortion.org/

http://www.rtlcc.org/topics/surgicalabortion/articles/californiaandfinlandabortionstudies.doc

http://www.cdc.gov/mmwr/preview/mmwrhtml/ss5212a1.htm

http://www.ncrtl.org/statistics2002.htm

http://www.factcheck.org/article336.html

http://www.afterabortion.info/news/CDCdeathswrong.htm

http://www.vanderbilt.edu/SFL/abortion_policy.htm

José Manuel Dias disse...

Viva!!

Se me permitem gostava de tb dar uma opinião. Sim ou não à despenalização do aborto é uma questão de consciência individual. Importa, no entanto, ter noção do seguinte, os países onde está proibido são justamente os países onde mais se pratica e em condições degradantes. Está estatisticamente provado, com base em estudos dos mais diversos países, com o livro do Professor da Universidade de Chiago demonstra a criminalidade diminuiu logo que se consentiu na despenalização dos abortos. Não deixa de ser curioso assinalar que são os países mais atrasados e com Governos mais retrógados, onde a Igreja católica tem um certo poder que mais obstaculizam essa despenalização. Nesses países o que é que sucede? Quem tem dinheiro é deseja praticar o aborto socorre-se de clínicas privadas ( em Porrtugal vão muitas mulheres a Espanha e memso uma Clínica espanhola revelou recentemente que mais de metade das clientes eram portuguesas). Quem não tem dinheiro pratica o aborto em situações de clandestinidade ou não tendo dinheiro não o faz, dando a luz crianças que são vítimas da irresponsabilidade dos pais e duma sociedade que não lhe cria condiçõe sparacrescerem de modo sadio e acabam por se multplicaar os deliquentes e os detentores do rendimento mínimo.
Quem não concorda com o aborto e pretende ver diminuído o seu número, e não é hipócrita ao ponto de tentar ignorar a realidade, não pode deixar de concordar com a Inmterrupção Voluntária de Gravidez que, por justiça social, coloca todas as mães em plano de igualdade, evitando, em casos extremos dar à luz, sem condições. A menos que entendam que a actividade sexual se restringe ao acto de procriar e aí, então, tudo bem...
O Bush é contra a despenalização do aborto é Bill Clinton favorável.Duas personalidades diferentes, duas atitudes diversas face ao Mundo, dois comportamentos diferenciados com valores diferentes. Por mim identifico-me mais com Bill Clinton é mais autêntico, com as virtudes e com os defeitos, mais homem. Mais homem que pensa nos homens e com uma visão mais abrangente.
Cumps

ET. Agradeço ao comentador anterior os sites que deixou : é justamente a sua leitura que reforça a minha posição - contra o flagelo do aborto, sim no Referendo para diminuir o seu número e respeitar a vida das mulheres.

João Carlos Carranca disse...

Quantas mulheres já vieram a público dizer que são contra a despenalização do IVG e contam com pelo menos uma no seu curriculum?
Sou contra a hipocrisia. De todo!
Aceito que quem seja contra, de facto, não o faça de acordo com a sua consciência, mas não aceito que atire para vão de escada centenas de mulheres com incapacidades financeiras de se deslocarem, por exemplo, a Espanha.

Anónimo disse...

Meus caros,

Defender o aborto com o argumento de que evita-se humanos conflitantes, com tendência para a criminalidade tem um nome: eugenia. Se desejam utilizar a ideia é bom que estejam dispostos a aceitar sua aplicação em outros campos da ética, com as mais diversas consequências que poderá haver.

Já conhecia as conclusões do estudo sobre a relação aborto/crime embora desconheça a metodologia aplicada. Parece-me simplista não considerar que políticas de segurança pública possam surtir efeitos benéficos. E foram muitas as aplicadas nos EUA.

A defesa do direito da mulher ao seu corpo esbarra no direito a vida da criança. Considerar superior o direito duma elimina total e irrevogavelmente o direito mais elementar da pessoa humana: a vida. Não existe um único motivo para que uma pessoa sem condições para criar seu filho não possa da-lo para a adoção. Matar pode, dar para outro casal formar uma família não...

Não é verdade de que "os países onde está proibido são justamente os países onde mais se pratica". Todos os países onde o aborto é autorizado assistem ao aumento exponencial do recurso a essa prática. E não é só pela inclusão das abortos clandestinos, transformados em legais.

A abertura da sociedade a prática, influi na atitude das mulheres, que alargam a sua utilização. E repito: como o número absoluto de abortos aumenta, o número de mortes de mulheres tambem, ainda que muitas estejam sendo assistidas por médicos credênciados. Ou seja: o problema de "saúde pública" não fica resolvido, antes pelo contrário: muitas ficam com sequelas psicológicas pelo resto da vida.

Por isso várias "mulheres já vieram a público dizer que são contra a despenalização do IVG e contam com pelo menos uma no seu curriculum".

Desculpem-me a reprodução de partes de outros comentários mas parecia-me o caso de um melhor esclarecimento.

Respeitosamente,

Cfe

José Manuel Dias disse...
Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
José Manuel Dias disse...

Então pq será que são os povos mais evoluídos, com mais formação, com melhor rendimento, que despenalizaram o aborto e são os mais atrasados que o reprimem? Será que são os evoluídos que estão errados e onde se passa mais fome e não são capazes de estruturaras sociedades, onde existe miséria e fome, onde proliferam os abortos clandestinos, que estão certos?
As posições conservadoras da Igreja também condenam a pílula e o uso do preservativo, pois por cada acto sexual, inibimos também a vida...Haja equilíbrio e defenda-se a vida, e não apenas o acto de nascer.
Respeitosamente discordando do Cfe.
Cumps

Anónimo disse...

Olá José Alberto,

Hoje só passei para deixar um abraço.

Voltarei mais tarde para ler este post, porque tenho interesse em saber mais.

Al Berto disse...

Vivam:

Meus caros amigos... alerta!!!

O que está em causa no referendo a realizar não é liberalizar o aborto e sim descriminalizá-lo se feito nas primeiras 10 semanas.
Que eu saiba não há ninguém a favor do aborto.

O que está em questão é se mulheres que por contingências da vida, para além de sofrerem essa penitência, ainda têm de ser mandadas para a prisão.

Ou será que a mulher faz isso por prazer??

Isso é que é preciso ser respondido.
Mandam-se as mulheres para a prisão ou não?

Á consideração.

Um abraço,

Anónimo disse...

Caro Ekilibrus,

Os povos que mais facilitam, incentivam e recorrem a prática do aborto são aqueles dominados por regimes ditatoriais comunistas - em qualquer latitude.

A introdução do aborto nas sociedades ocidentais deve-se a insistência no assunto por grupos ativistas na questão. Há uma série de outras medidas, muitas vezes fraturantes, que são introduzidas nessas sociedades sem concordância do povo.

Um exemplo de ativismo: em Portugal, querem mudar o nome do aborto para IVG, uma sigla que não carrega o estigma de repulsa. Ora, o próprio significado da ação do aborto é invertido na sigla: é uma interrupção sim, mas não é voluntária : é provocada!

Sociedades com um elevado padrão economico são superiores em termos ético-morais as demais? Então ter dinheiro = ter razão? (Na história da humanidade não existe uma única nação/império que não tenha caído precedido da dissolução dos costumes e esgarçando sua moral. Quer um exemplo: no final do Império Romano as mulheres de família, "matronas", ofereciam-se para passar a noite com as visitas que pernoitassem em sua casa).

Não vou que me pronunciar sobres as posições conservadores da igreja para não divagar sobre outros assuntos nesse post em respeito ao Mostardinha. Mas fica uma dica: informe-se sobre como o Uganda conseguiu dominar a transmissão do HIV e verá quem é o conservador e quem é progressista.

Respeitosamente,

Cfe

Caro Mostardinha,

Ampliar o espaço de tempo para execução do aborto não vai resolver o problema da prisão de mulheres.

Ressalto que nunca condenei nenhuma mulher pela prática do aborto. Sabe-se lá o sofrimento interior que possa ter passado e possa estar passando.

Mas tenho uma exceção: a prática reiterada, vezes seguidas.

Agora, por favor, responda a seguinte questão: e aquela mulher que fizer o aborto depois do tempo autorizado por lei?

Vai presa ou não? Deve ou não ir presa?

Respeitosamente,

Cfe

Al Berto disse...

Viva Carlos Ferreira:

As minhas saudações pela pertinência da questão que levantou.

Relativamente á questão da pena de prisão considero que se não forem respeitados os prazos (10 semanas)... seja cumprida a lei, isso é claro.

Sobre a prática reiterada caro Carlos Ferreira, penso que é obvio que isso não acontecerá.
Todos estes actos médicos ficam devidamente registados e a mulher em questão será devidamente alertada para a excepção de tal acto.

Estou convicto, e o amigo também, de que esta é uma situação de excepção.
Como estará certamente informado, do ponto de vista de saúde, a mulher não sai nada bem depois duma intervenção destas.

Ela será a primeira interessada em não a repetir.
E atenção que muitas vezes os culpados dessa gravidez indesejável são os maridos e não elas... e isso só lhes dá mais razão.


Um abraço,

José Manuel Dias disse...

Uma nota final para o Carlos Ferreira
Já pensou que o que eu defendo não impede a sua mulher ou a sua filha de fazer o que o senhor defende mas o que o Sr. defende já faz incorrer em pena de prisão a minha mulher ou a minha filha?
Dito de outro modo, quem defende o SIM no referendo permita que quem tenha opinião contrária faça o que deseja sem qualquer penalização e quem defende o NÃO acaba por remeter para na prisão quem observa comportamento diverso.
Pense nisso...
Respeitosamente