A mais famosa fotografia de guerra faz hoje 70 anos.
Foi no dia 5 de Setembro de 1936 que Robert Capa, um fotógrafo húngaro, de nome verdadeiro Andre Friedman, conseguiu no planalto próximo de Cerro Muriano, arredores de Córdoba, fazer a fotografia do miliciano republicano Federico Borrell García a cair morto por uma bala franquista.
Capa, em dois meses percorre toda a península ibérica.
Serve-se da sua Laica como se de uma arma se tratasse para lutar contra o fascismo.
Segue na sua companhia a jovem fotógrafa alemã Gerda Taro que morrerá na frente de combate em Julho de 1937.
O seu pequeno estúdio deu origem ao império fotográfico que dá pelo nome de MAGNUM.
Na crueza das fotografias de Capa está sempre impressa a sua indominável luta contra a tirania e a violência em prol da República e da Liberdade.
Registro histórico.
Written By Al Berto on quarta-feira, setembro 06, 2006 | quarta-feira, setembro 06, 2006
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18 comentários:
Olá josé Alberto,
Obrigado pelo comentário.
Realmente esta é uma foto que já não via à muitos anos. É simples mas muito forte.
Um abraço
"Na crueza das fotografias de Capa está sempre impressa a sua indominável luta contra a tirania e a violência em prol da República e da Liberdade"...
Nada como fotografias para um registro de intenções e de atos...
Há olhares que diferem as fotografias documentais jornalistíticas; comerciais e de marketins, das fotografias de artistas plásticos, no entanto, o que está sempre em jogo, é o registro e cabe aos artitas e jornalistas, instigar, denunciar e fazer pensar, muito mais do que aos outros profissionais que se valem dessa mesma ferramenta de trabalho...
Não sei se tu leu o que te deixei escrito na minha janela, mas me agradaria bastante saber que tu foi até lá para ler. Podes discordar, mas eu gostaria que...
Um bom dia!
Cris
Caro José Mostardinha, no final do seu texto de elogio ao fotógrafo, deixa as palavras: "...em prol da República e da Liberdade". O profissional em questão pode ter trabalhado em prol dos repúblicanos contra os franquistas, mas se fez isso não estava lutando pela "liberdade", pois esta, estava ausente nos dois lados da contenda da guerra civil espanhola. Nunca é demais lembrar que os republicanos eram abertamente apoiados pelos russos que enfretavam o apoio alemão e italiano a Franco. Respeitosamente, Cfe
Eia!!Sempre que venho aqui aprendo qualquer coisa!Fantástico!
bjinhos
Oi, José Alberto
Visitando os amigos, tentando atualizar as leituras, porém sem postar por falta de tempo.
"Demos tempo ao tempo, que atrás do tempo, tempo vem."
Provérbio português
Um abraço.
Viva cfe:
opppsss!!! agora é que o meu amigo trocou tudo... ou quer meter tudo no "mesmo saco".
Essa do apoio soviético é verdade mas é preciso analisar o contexto.
Naquela altura TODO O MUNDO civilizado apoiava a república contra a tirania emergente do Hitler e Mussolini, verdade?
Esse apoio não passou de apoio moral enquanto Franco recebia armas desses ditadores e ainda o apoio do fascista Salazar a sul.
Robert Capa era republicano, veio especificamente para a península com esse fim fugindo do nazismo que já alastrava na Europa.
Ver mais em:
www.clarin.com/diario/2006/03/07/sociedad/s-03901.htm
Quando é dito que lutava pela república e pela liberdade é, obviamente, no contexto final da intenção da acção e não durante a mesma.
Aliás normalmente, durante o período dum conflito, não há as liberdades que são reconhecidas em tempo de paz.
O que aqui está em causa é a finalidade da causa do conflito.
Ele estava do lado da liberdade e da república do outro já todos sabemos o que estava.
Não podemos rescrever a história, ela está feita.
Cumprimentos,
Mostardinha, se fosse para captar a liberdade em algumas fotos, estas com certeza estaria figurando entre elas. Abrços, Guilherme.
ps. Onde conseguiu tal foto?
Sr. Mostardinha, permita-me corrigi-lo. O Churchil afirmou na altura (obs: cito de cabeça) que qualquer dos lados que ganhasse seria uma derrota para a democracia. Houve pessoas de todo mundo que se alistaram nas brigadas internacionais dos republicanos, a maior parte eram comunistas. Por exemplo os cidadãos dos EUA que foram lutar em Espanha, após o retorno permaneceram sob vigia do então OSS, e logo após o início da II Guerra a desconfiança intessificou-se. Os republicanos receberam sim apoio em armas da Rússia, se os alemães deram maior apoio aos franquistas foi fruto da habitual eficiência alemã ( eu não estou fazendo troça) porque a Itália dependia muito do apoio alemão e a Rússia estava muito atrasada tecnologica e industrialmente em relação aos germânicos. Podia haver pessoas que fossem republicanos no verdadeiro sentido do termo mas a maior parte era movida por um sentimento socialista de cunho marxista.Tenho absoluta certeza de que uma vitória republicana resultaria numa identica ditadura. Veja o anti- clericalismo exarcebado que havia ainda na vigência da República com o assassinato de religiosos. Essa afirmação de que Salazar apoiou Franco a sul, poderia esclarecer melhor? Que eu saiba Salazar e o Estado Novo estavam apreensivos com o hino falangista "de Mar a Mar sem Portugal nem Gibraltar". Respeitosa e cordialmente, Carlos Ferreira
Caro Carlos Ferreira:
Não me vou alongar muito mais sobre este tema.
Mas, como são factos históricos, sempre lhe digo que o meu pai foi mandatário local, e como tal apoiante, do General Norton de Matos (Candidato Presidencial em 1949 e Chefe do Estado-Maior militar) e do General Humberto Delgado (Candidato Presidencial em 1958 e que havia participado no movimento militar de 28 de Maio de 1926, que derrubou a República liberal e implantou em Portugal a Ditadura Militar).
Tanto um como outro pretendiam a instauração da democracia em Portugal.
Ambos foram rotulados de comunistas só porque se mostraram críticos do regime fascista de então.
Quanto ao meu pai sempre foi aquilo que se pode dizer, um conservador, até porque era empresário, mas não prescindia das liberdades democráticas.
Após o 25 de Abril tomámos conhecimento, através da respectiva Comissão de Extinção, de que o meu pai tinha sido denunciado á PIDE/DGS por comportamento "duvidoso"...(???) e que nos arquivos constava a sua ficha de "cliente" daquela "casa".
O informador da PIDE/DGS que fez a denuncia dava pelo nome de Padre Pascoal, o padre da respectiva freguesia.
Um pulha portanto.
Mas como ele havia muitos outros espalhados pelo país.
Se quiser saber mais sobre as relações de Franco com Salazar vá a:
www.marfilmes.com/dochist/dochist_1_salfrmesmo.htm
A mensagem é curta mas objectiva.
A análise a todo este período histórico pode ser afectada por convicções ideológicas mas, por favor, não subverta a história...é o que lhe peço, independentemente de argumento acessório.
"Tenho absoluta certeza de que uma vitória republicana resultaria numa idêntica ditadura." ... a sua convicta "certeza" sobre factos não demonstrados nem demonstráveis causa-me apreensão.
Saudações democráticas,
Amigo Mostardinha
Duas partes distintas.
Para já a excelente referência a uma realidade, mais que política e ideológica, que será sempre pessoal e particular, verdadeiramente cultural.
Não conhecia o site. Fui lá e adorei.
Aqui é que o cliché toma vida: uma fotografia vale mais que mil palavras.
Segunda parte.
Em alguns momentos (e já tivemos esta conversa no meu espaço) o meu amigo parece-me ainda muito obcecado pelo tempo da "outra senhora".
Não vou obviamente e por todo o respeito que me merece, discutir consigo se tem ou não razão.
Já sabe a minha opinião em relação a esse assunto: as ditaduras, sejam à direita ou à esuqerda são lixo, não valem nada e são abomináveis.
Ponto Final.
Agora deverá tentar perceber que nem toda a gente teve a coragem, a capacidade de avaliar e analisar a realidade da mesma forma. Como no pós-imediato ao 25 de Abril, no auje do PREC se cometeram erros e toda a gente andava "baralhada".
As pessoas simples e comuns, fora das eferas do poder e do controle, não tiveram sempre a noção a realidade.
Não estou a justificar o que sucedeu ao seu pai. Longe de mim tal coisa.
Estou apenas a tentar aliviar essa "raiva".
E dou-lhe um exemplo pessoal, para não pensar que estou a falar de cor.
A minha mãe, sem qualquer ligação directa a regime (entenda-se activismo) foi verdadeiramente expoliada/saneada dos seus direitos laborais e sociais no 25 abril. Lembro-me de um ano interio a ver chorar na cama quando eu regressava da escola.
O meu pai, que combateu forçadamente, no início do conflito angolano (61-62) ao regressar a casa (Braga) viu, pouco tempo depois, a cas do meu avô invadida pela PIDE, arrombada e assaltada, porque estava a recolher as fotos que tinha e a escrever um livro sobre a sua passagem por áfrica. O m pai nunca foi, nem é de esquerda (nem do PS).
Portanto, como vê, aquilo eram tmpos do "caraças" (desculpe a expressão.
Um forte abraço que já vou longo
Sr. Mostardinha, entendo perfeitamente o paralelo que estabeleceu sobre a rotulação de "comunista" a Humberto Delgado e os republicanos espanhóis. A afirmação que fiz é fruto de leitura sobre o tema feito há anos, fruto da curiosidade que então tinha sobre o assunto. Não fique preocupado com eventuais inclinações ideológicas porque gosto de me cingir aos fatos. Reconheço-lhe mérito por sua luta pela democracia em Portugal e não pretendo contrapo-la por inequivoca inexperiência que possuo no assunto(mesmo que a tivesse não teria motivos para tal)Mas tambem peço que não transponha esse conhecimento que possui para outras paragens por mais próximas e similares que sejam. Termino pedindo desculpas pela irreverência em seu blog. Respeitosamente, Carlos Ferreira
Fantástico resgate da história. Já vi essa foto em várias ocasiões e me surpreendo em constatar que tem 70 anos.
O seu blog está vivo e inquietante. Mas tem que pôr um ponto de ordem na mesa, pois parece- que nalgumas cabecinhas vai uma grande confusão.
Estarei eu enganado?
Franqistas,Republicanos e russos! Que caldeirada...
Um abraço mostardinha.
Amigo Miguel:
... você disse tudo, aquilo eram tempos do caraças.
Mas também lhe digo que não há qualquer "raiva" na minha pessoa, muito longe disso.
Se isso acontecesse era sinal que não tinha aprendido nada com a vida.
Mas não podemos branquear as coisas senão também não aprendemos nada com a história e podemos cometer os mesmos erros.
Aquilo que me conta sobre os exageros comunistas no pós-25 de Abril foi uma realidade que conheci e que ajudei a combater. Como combateria novamente pelos princípios democráticos se necessário fosse.
Isto tem a ver com convicções... afinal que somos nós sem elas?
Um abraço,
Caro Carlos Ferreira:
Quando este blog deixar de ter direito ao contraditório... "fecha para balanço", ficará inútil.
A sua participação será sempre bemvinda e, como vê, respeitada através de alguma réplica.
É de irreverência que as sociedades precisam.
O conformismo é mau conselheiro.
Se assim não fosse poria todos os meus princípios em causa.
A troca de opiniões ainda que divergentes, feita de forma elevada, é salutar para o espírito.
Cumprimentos,
Olá José Alberto:
Para mim uma foto é o produto de um momento,a imortalização do mesmo associado ao estado de espírito, a forma como se reflecte na nossa alma...como prepassa pelo nosso olhar...uma foto sensitiva...
A questão da "liberdade" ser ou não um dos objetivos dos republicanos na guerra civil espanhola, existe no Brasil um debate semelhante em relação ao regime militar depois do golpe de 1964, quando todos os que lançavam alguma crítica ao regime eram rotulados de subversivo esquerdista. Há quem justifique o golpe de 64 e posterior supressão da liberdade política, censura, aparelhamento da repressão política, encarceramento, tortura, e outros excessos, como um mal necessário diante do perigo de uma ditadura de esquerda no país. Mas como saber com certeza se os opositores do regime militar tencionavam implantar o bolchevismo no país ou apenas lutavam pelo retorno da democracia?
Sempre o mito da liberdade ligada à república. Tsc tsc...
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