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Portugal, com 40 milhões de habitantes?

Written By Al Berto on quinta-feira, agosto 02, 2007 | quinta-feira, agosto 02, 2007


De alguns anos a esta parte, particularmente até á tomada de posse do actual governo, há um país que parece mera ficção.

Mas é levado muito a sério por autarcas que elaboram os planos directores municipais (PDM) e pelos Governos centrais que os têm aprovado.
Se o governo central reprova tais PDM's, que deveriam ser responsáveis e sensatos, "aqui d'el rei que nos acuda".

Nos seus cantinhos, presidentes e vereadores expandem as áreas edificáceis do concelhos.
O resultado é um país onde somados os valores máximos da densidade admitida por cada PDM poderiam viver 40 milhões de almas.
Para um país com 10 milhões de habitantes... não está mal!!!

João Joanaz de Melo, professor universitário de Engenharia do Ambiente, de forma irónica diz:

- Cada município tem a esperança de captar mais moradores, mas ninguém faz as contas gerais. Olhando para a demografia "virtual" dos PDM, a população cresce de forma galopante.
Isto até parece a Índia.

Acontece, no entanto, que de ano para ano aumenta o parque habitacional do país.
O número de fogos quase duplica o número de famílias.

Em consequência disto as estatísticas apresentam Portugal como tendo das mais altas taxas de segunda habitação da Europa.

9 comentários:

Marechal Ney disse...

Olá Most:

É! O assunto que apresenta é terrível.

Se bem que sendo uma particularidade menor no contexto do problema, a arquitectura utilizada de uma maneira geral é execrável e a paisagem em, permanência, violentada.

Nem neste aspecto existe mais-valias.

Cumprimentos do

Marèchal Ney

Ricardo Rayol disse...

E talvez muito disso devido à imigração. Será que cabe tudo isso aí?

veritas disse...

Mete-me impressão a forma como se desbravam zonas que deviam ser áreas protegidas...em prol de interesses muito pouco sensatos...

Bjs. Boa semana.

Anónimo disse...

Viva José Alberto

Durante a minha vida Académica os professores conversavam connosco sobre a Urbanização da década de oitenta e noventa.
Nessas conversas era comum ver a vontade que os professores tinham nesse tempo em convencer os decisores políticos a elaborarem ” finalmente “ o Plano de salvaguarda (PdS):
Sabiam eles que só este plano diminuiria os atropelos, a destruição consciente e inconsciente das memórias edificadas.
Na óptica deles isto seria o antibiótico de serviço para aqueles traços cínicos sobre uma carta de Plano Director Municipal ( PDM ) , e para os despachos que permitiam inconveniências.
Distinguiam-se, então, as intervenções de reabilitação que eram feitas com base num PdS e as que não eram, estas ultimas muito desconsideradas, por vezes de forma injusta, aliás, por serem sinónimo da “reabilitação aos tiros” sem “ideia formada ” sem orientação, quantas vezes para lavar o rosto de quem aprovava mais uma urbanização inaceitável junto ou em cima de obras urbanas consolidadas.
Ainda hoje nos encontramos neste estado, pesem embora diferenças significativas, quer politicas, quer eleitorais e mesmo no ambiente técnico em muitas câmaras, parte das quais, aliás, só há poucos anos começaram a ter ambiente técnico propriamente dito.
Mas as coisas estão a mudar, e na penúltima eleição autárquica, o eleitorado penalizou o poder, nos concelhos onde a gestão urbanística foi desordenada cobarde ou cúmplice.
Penso que será esta resposta de cidadania e de voto esclarecido, mais independente dos partidos e mais crítico, que irá mudar o fenómeno da urbanização desordenada.
Os políticos já perceberam que as pessoas estão saturadas de gente que pactua com a destruição das cidades, uma sociedade democrática não pode sustentar níveis excessivos de aproveitamento privado da “ Coisa Publica “

Um Abraço e bom fim-de-semana.

PS: Desculpa este excesso de palavras mas é a minha área.

Catellius disse...

Viva Mostardinha!

Não há vida decente possível em locais superpopulosos. Espero que Portugal esteja livre tanto disto quanto da praga da queda vertiginosa da taxa de natalidade, que assombra muitos países europeus.

Abraços!

Fábio Mayer disse...

Mostardinha,

Baixa densidade populacional é uma dádiva dos céus, acredite!

Quanto mais baixa a densidade populacional, mais existem jardins, parques, praças e áreas verdes de modo geral... isso reflete em muito na qualidade de vida.

Bom fim de semana!

Nilson Barcelli disse...

A maioria das autarquias vêem no cimento armado o mais importante índice de desenvolvimento.
E a maioria dos cidadãos, também.
Resumindo, não há nada a fazer.
Para além da corrupção, há uma incompetência quase generalizada.
Bom fim-de-semana.
Abraço.

Alexandre disse...

Vistas de longe as nossas cidades até podem parecer bonitas, mas vistas de perto - de dentro - a maior parte delas são feias, têm ruas mal desenhadas, têm edifícios feios, de cores desbotadas, com fachadas sujas e que nada têm a ver com alguma tradição que poderia haver, e para mais em muitas cidades começam a ver-se muitas lojas fechadas, entaipadas... reflexo da deslocalização do comércio para os centros comerciais.

A excessiva dependência da construção civil poderá ser negativa a médio prazo: afinal, depois do boom dos anos 90, é normal que não se vendam tantas casas agora, as pessoas já estão servidas e as coisas andam mais devagar... mas os construtores e as autarquias pensam que se pode construir ao mesmo ritmo... iremos pagar a factura com muitas casas novas por vender e muitas usadas ao abandono. Espero enganar-me!!!

Um abraço!!!

CarpeDiemBeHappy disse...

É incrível, mas é a nossa realidade!
Pior é pensar que há muitas famílias que vivem em condições tão precárias e outros a viver de luxos!
Bjinhos