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Em que ficamos? ...a propósito de chauvinismo.

Written By Al Berto on sábado, julho 01, 2006 | sábado, julho 01, 2006

Circula a informação de declarações prestadas pelo jogador da selecção francesa Thierry Henry acerca do poderio futebolístico brasileiro e que têm sido interpretadas como mais um exemplo do conhecido chauvinismo francês.

Ora como a falta de informação é a mãe da ignorância aqui vai o assunto em epígrafe na sua forma mais detalhada.


Acontece que afinal o enquadramento não será propriamente a de uma declaração chauvinista mas tão só de uma constatação devidamente justificada senão vejamos as declarações de Cafú, capitão da selecção brasileira e de Fred atacante.

Nelas o capitão da selecção brasileira, Cafú, subscreveu a tese do atacante francês Thierry Henry de que os brasileiros são bons no futebol em grande parte por falta de escola e aproveitou para pedir providências dos governantes brasileiros.

Disse então Cafú:
- "Eu ouvi muito bem o que ele disse. Muitas crianças largam realmente a escola e ficam jogando futebol, ele está certo. Precisamos de uma actuação melhor dos governantes para que isso não aconteça".

O atacante Fred foi outro que concordou:
- "Ele não falou nada demais, isso acontece de verdade. Desde pequeno você sempre tem um campo de várzea e a criançada jogando. Nem sempre dão a mesma atenção ao estudo".

O francês Thierry Henry declarou que a mesma situação não acontece com os franceses:
- "Os brasileiros jogam futebol desde que "nascem". Nós tínhamos de ir à escola das 8h às 17h e, quando pedíamos permissão à mãe para jogar ela dizia não. Eles [os brasileiros] jogam das 8h às 18h, então em algum momento a técnica aparece.

Você só precisa olhar para as cinco estrelas na sua camisola para entender que o futebol é parte de sua identidade. Eles gostam muito deste jogo.

Na praia, na rua, na escola. Onde quer que você olhe, eles estão jogando. Quando eu era pequeno, pedia á minha mãe para jogar futebol e ela não deixava.
No Brasil, as crianças brincam [com a bola] das oito da manhã às seis da noite
."

Por aqui se poderá concluir que Thierry Henry justifica algo que de facto acontece, fá-lo de forma pedagógica citando o modelo de educação francesa e, como tal, concluir que as declarações são de natureza chauvinista não corresponde á realidade.

Tal como Cafú afirma será bom que as autoridades brasileiras providenciem no sentido de mudar estes hábitos infantis que, a continuar, formam gerações de pessoas muito pouco abilitadas a ajudar á construção de um país melhor.

3 comentários:

CAntonio disse...

Caro José Alberto,

Aqui, Carlos Alberto o capitão da copa de 70, disse que exageraram nas criticas feitas a Henry. "Não se levou em consideração a verdade que havia nas declarações de Henry". Disse C.Alberto que essa era a realidade do Brasil; crianças jogando bola nas praias,
nas várzeas, coisa que não se vê na Europa. Cada "coisa" tem seu tempo. A educação aqui não se leva a sério. Tome como exemplo que o presidente da republica mal pronuncia coisas com algum nexo.

Se leu alguma coisa na vida deve ter confundido "Il Príncipe" com "O Pequeno Príncipe".

SDS

António Silva disse...

Pelo que me dizem também aqui em Portugal antes do 25 de abril os pais punham era as crianças a trabalhar...o que é bem pior do deixa-las jogar á bola.

Saramar disse...

José Alberto, bom dia, bom domingo.

Você está certo. Não chauvinismo na declaração. Há muita verdade.
As crianças se dedicam ao futebol porque gostam e porque todos sonham em ser Ronaldinho, inclusive com incentivo dos pais.
As horas que poderiam ser dedicadas ao estudo o são para a bola.
Só uma ressalva, não é o dia todo, claro. Isso foi um exagero.

Beijos